quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Sampaoli, do Santos, evita falar de briga pelo título e condena críticas a técnicos no Brasil: "Ridículo"

Argentino cita até Mano Menezes, do Palmeiras, e fala de planejamento do Peixe para 2020; veja como foi a entrevista

Por Globoesporte.com

Santos não terá Sampaoli no banco contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro

Jorge Sampaoli, técnico do Santos, concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, véspera da partida contra o Fluminense, no Maracanã, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O argentino evitou falar sobre a a briga pelo título do Brasileirão e afirmou que tudo será definido "mais adiante". Sampaoli também aproveitou para condenar as críticas feitas a treinadores no Brasil e citou até Mano Menezes, hoje técnico do Palmeiras, que deixou o Cruzeiro muito pressionado.

– Vamos definir mais adiante. Estivemos a cinco do Palmeiras e depois cinco acima. Tudo muda de orientação. Grupo precisa superar esse momento que passou com Palmeiras e Flamengo insultado no aeroporto. Temos que fazer com que essa maneira de manifestar, para mim ridícula, que a cada semana muda a performance de um treinador. Respeito muito o Mano saiu do Cruzeiro sendo completamente criticado, deformando sua profissionalidade, e hoje é o grande líder do Palmeiras. Em uma semana muda tudo – disse Sampaoli, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

– Não se crê em alguém, resultado muda tudo e torna alguém bom ou ruim. Há mais modificações do que do treinador em si. Treinador tem um limite hoje e grande parte de não acreditar na realidade é pelo ambiente, pela nuvem. Que treinador é descartável e só é boa quando ganha e má quando perde. Acaba sendo mais importante o roupeiro do que o treinador. Treinador se vai sempre – emendou o técnico.

Jorge Sampaoli, técnico do Santos, concede entrevista no CT Rei Pelé 
 Foto: Gabriel do Santos

Sampaoli também comentou o planejamento do Santos para 2020. Segundo o treinador, os reforços vão dizer qual lugar o clube que ocupar na próxima temporada.

– Tratamos de superar as dificuldades do clube neste ano, sem fluxo de contratar e contratar a longo prazo, do jeito que podia por falta do tema financeiro. Temos que organizar e saber bem a realidade financeira para saber quais movimentos, com o pressuposto para 2020, que se possa ter a melhor equipe possível. Meu desejo era ganhar título em dois anos, mas está relacionado com a possibilidade de contratar jogadores com capacidade para esse lugar. Difícil alcançar só com a maneira de jogar. Com esse planejamento do Autuori, com o pressuposto para 2020, o clube precisa ver qual lugar quer ocupar. Estamos trabalhando nisso –

Atualmente, o Santos é o terceiro colocado do Brasileirão, com 37 pontos, oito atrás do líder Flamengo.

Mais respostas de Sampaoli

Reencontro com Ganso

– Trabalhei com ele, recomendei sua contratação e respeito muito seu jogo. Quando ele está comprometido, gera coisas diferentes. Sua chegada ao Brasil dá hierarquia ao torneio, pela capacidade. Fluminense não passa um bom momento, mas conta com um jogador capaz, que pode fazer um lance diferente a qualquer momento.

Evandro vai para o jogo?

– Esperamos que ele se recupere, vai ter um teste com o grupo. Trabalhou individualmente por dor e vamos ver como está hoje. Se estiver bem, pode ser alternativa. Dependerá dele.

Como é ser técnico no Brasil

– Experiência incrível, muito boa. Adorei vir para cá aprender e tentar que o grupo de uma cultura diferente faça o que pedimos. Estou muito feliz, era uma dúvida pendente na minha carreira. Há grandes operadores no ambiente do futebol, que estão todo tempo desestabilizando qualquer projeto desportivo. Temos que sustentar os maus momentos e nos fazermos fortes tendo claro que isso é o que propomos. É nosso, somos nós. Não vamos mudar. Resultado gera insulto ou aplauso, mas estamos fora disso.

Dois jogos por semana

– Provocando que a intensidade tenha a ver com o jogo e nem tanto com os treinamentos. Insisto que quando jogamos com essa intensidade estamos preparados para jogar contra qualquer equipe. Competimos com Flamengo, um time superlativo, e poderíamos ter empatado em algum momento ou até ganhado. Competimos com Grêmio, fizeram gol que não mereciam, gerou ansiedade e descontrole. Se tirar os seis minutos finais, com os acréscimos, imaginávamos uma partida parecido. Colocamos eles na defesa e não concretizamos. Resultado muitas vezes modifica a análise, é normal e parte da crítica. Estamos sempre sujeitos a isso. Estamos vivos, seguimos com a mesma mística e ilusão, de tratar que no próximo jogo sustentemos o ritmo dos jogos contra Flamengo e Grêmio, sendo contundentes, porque podem ocorrer coisas dos domingos anteriores.

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