Qual é a vantagem?

Celso Jatene (*) Sai técnico, entra técnico e a ladainha é a mesma: a Vila Belmiro é o alçapão. O Santos tem que fazer o adversário ficar acuado na Vila. A torcida vai empurrar o time para a vitória. Pois bem, eu nasci em São Paulo e sempre residi aqui na capital, e tenho verdadeira adoração pela Vila Belmiro. Porém, friamente tenho que analisar os fatos.

Não vou falar em oitavas de final da Copa do Brasil ou da Libertadores com menos de 10 mil torcedores e a desclassificação do Peixe. Nem vou falar dos jogos que o Santos mandou no Pacaembu, durante o Campeonato Paulista, todos com mais de 20 mil torcedores.

Quero analisar o desempenho do Santos no atual Campeonato Brasileiro, nos jogos que realizou na Vila Belmiro. Para início de conversa, todos tiveram um número sofrível de torcedores. Os resultados, na maioria, foram no mínimo irresponsáveis. Senão vejamos:

- Santos e Goiás: cedemos o empate após estarmos vencendo por 3 x 1;
- Santos e Atlético Mineiro: perdemos o jogo de virada (3 x 2);
- Santos e Barueri: outro empate inesperado;
- Santos e Flamengo: tomamos uma virada ridícula, com direito a frango e gol contra;
- Sábado último foi a vez do Avaí perder o respeito: depois de estar perdendo de 2 x 0, empatou o jogo.

Foram 12 (Doze!) pontos jogados fora. Não que o Santos tenha sempre a obrigação de ganhar, mas, coincidentemente e estranhamente, mesmo com técnicos diferentes, o elenco, de forma caprichosa, construiu resultados adversos.

Não vou defender jogos no Pacaembu. Mas, sinceramente, gostaria de perguntar qual a vantagem de mandar jogos na Vila Belmiro?

(*) Celso Jatene é Vereador da Capital de São Paulo, Torcedor, Sócio e Conselheiro Efetivo do Santos Futebol Clube e autor das várias homenagens da Câmara Municial de São Paulo ao Peixe, principalmente no aniversário do clube.