quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Com posse de bola de Barcelona, Santos goleia Bragantino na Vila


Com um homem a mais desde os 22 minutos do primeiro tempo, Peixe envolve time de Bragança com passes rápidos e vence sem dificuldade


Com 74% da posse de bola, tal qual um time comandado por Pep Guardiola, o Santos envolveu o Bragantino e goleou por 5 a 0, na noite desta quinta-feira, na Vila Belmiro, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. Geuvânio (duas vezes), Gabriel, Cícero e Leandro Damião fizeram os gols do time santista, que contou com a estreia do meia Lucas Lima, contratado do Internacional.

A vitória santista foi fácil não só pela qualidade do ataque santista, mas também porque o Bragantino perdeu o zagueiro Yago, expulso, aos 22 minutos do primeiro tempo. Com um a mais e diante de um time retrancado por natureza, o Santos tocou a bola (307 passes no total, contra 65 do adversário) e foi criando chance atrás de chance. O primeiro tempo ainda foi apertado - vitória por 1 a 0, gol de Cícero, de fora da área. Mas o segundo serviu só para a construção de mais uma goleada do melhor ataque do Paulistão - são 25 gols em 11 jogos.

Com o resultado, o Santos ampliou a vantagem na liderança do Grupo C - tem 26 pontos, contra 18 da Ponte Preta. O Bragantino permanece em segundo no Grupo D, com 16 pontos, mas ainda pode ser ultrapassado pelo Rio Claro, que tem 15 e recebe o Paulista no sábado.

Apenas 3.424 pessoas foram à Vila Belmiro - a forte chuva que caiu no fim da tarde em Santos assustou a torcida.

Os dois times vão descansar no Carnaval. O Santos só volta a jogar na quinta-feira, contra o Mogi Mirim, fora de casa. Se vencer, o Peixe garante classificação, caso o São Bernardo não ganhe do Rio Claro. Já o Bragantino recebe a Ponte Preta na quarta-feira, em Bragança.

Jogo de ataque contra defesa

O Bragantino de Marcelo Veiga já é, tradicionalmente, uma equipe que joga retrancada diante dos grandes. E depois de perder o zagueiro Yago, expulso aos 22 minutos por segurar Cicinho, o time de Bragança se fechou ainda mais. Àquela altura, o "Massa Bruta" já vinha abusando do antijogo - com média de uma falta a cada três minutos, parecia questão de tempo para que um de seus marcadores recebesse o cartão vermelho. Yago foi o "infeliz". Com um a menos, o Bragantino se fechou com a chamada "zaga baixa" (ou seja, próxima à área, mantendo o rival na altura da intermediária) e ficou assistindo aos jogadores do Santos tocarem a bola.

E como tocaram. Foram 162 passes do Peixe contra 33 do Bragantino no primeiro tempo. A posse de bola ficou em 74% a 26%. As finalizações? Dez a dois. Estatísticas que indicariam uma goleada. Não fosse pelas incríveis defesas de um goleiro que se chama Defendi. O ofício no nome.

Leandro Damião foi quem teve as melhores chances. Na melhor delas, acertou o travessão. Ele e Gabigol se mexiam pelo meio da área, movimentando-se e se posicionando como pivôs para tabelar com quem vinha de trás - numa espécie de 4-2-4, com Cícero e Arouca formando a dupla do meio-de-campo, mais Rildo bem aberto pela esquerda e Geuvânio na direita. Na prática, porém, Cicinho se comportava como um quinto atacante. E até os zagueiros Neto e Rildo se apresentavam para tentar carregar a bola ao ataque. Espaço não faltava.

O problema era o toque final. Com os jogadores bem abertos, faltava uma triangulação, uma jogada que pudesse deixar alguém na cara do gol. Por duas vezes a bola caiu no pé de Rildo em boas condições. Mas o veloz atacante tem a estranha mania de escolher (quase) sempre a pior opção. Gabigol, Geuvânio e Damião chegaram a se irritar.

Nesse cenário, arrastado, coube ao mais lúcido dos santistas abrir o placar. Aos 41 minutos, Cícero arriscou da intermediária um chute seco, rasteiro, no canto esquerdo de Defendi. O Bragantino, que só assustara num chute colocado de Léo Jaime na trave, enfim, sucumbia à pressão santista.

Abriu a porteira

O segundo tempo serviu para que o Santos, enfim, construísse sua goleada. Logo no primeiro minuto, Gabriel fez o segundo gol, completando cruzamento de Rildo, da esquerda. Geuvânio fez o terceiro aos 6, aproveitando passe de Cicinho da direita. E marcou também o quarto, aos 21, após tabela entre Gabigol e Damião.

Faltava, claro, o de Damião. E ele veio aos 32, graças a uma boa jogada de Lucas Lima, o estreante da noite. Em pouco mais de 20 minutos em campo, o meio-campista de 23 anos, contratado por R$ 5 milhões do Internacional, mostrou que pode cair como uma luva num time que tem na velocidade de seus meninos o seu ponto forte. Canhoto, ele ainda bateu uma falta com categoria, já no fim do jogo, e por pouco não fez o sexto gol.

Globoesporte.com

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