Um dos técnicos mais vitoriosos da história recente no futebol brasileiro, Muricy Ramalho ainda não conseguiu expandir seu sucesso para a América Latina. Porém, o treinador volta à final da Copa Libertadores após cinco anos disposto a encerrar esse indesejável tabu no comando do Santos, que enfrenta o Peñarol-URU, em Montevidéu, nesta quarta-feira, no primeiro jogo da decisão do torneio intercontinental.
Campeão Brasileiro em 2006, 2007 e 2008 com o São Paulo, e no ano passado com o Fluminense, Muricy jamais levantou um título da Libertadores e tem fama de não se dar bem em competições disputadas em mata-mata.
O mais perto que chegou do título continental foi em 2006, com o time do Morumbi, onde acabou derrotado na decisão para o Internacional. A trajetória de Muricy na Libertadores começou em 2004, no comando do São Caetano. O técnico conduziu a equipe às quartas de final, sendo eliminado nos pênaltis pelo tradicional Boca Juniors-ARG.
Apesar de ter conquistado o tricampeonato Brasileiro consecutivo com o São Paulo, os anos seguintes às conquistas nacionais, sempre cheios de esperança em cima do clube tricolor na Libertadores, não tiveram nenhum sucesso no continente. Em 2007, eliminação nas oitavas de final para o Grêmio. Em 2008, caiu para o Fluminense nas quartas de final com um gol da classificação dos cariocas no último minuto da partida decisiva. E no ano seguinte, perdeu do Cruzeiro também nas quartas. Curiosamente, todas as derrotas contra times brasileiros que chegaram à final da competição no mesmo ano.
Depois de conquistar o Brasileiro de 2010 pelo Fluminense, Muricy pediu demissão do tricolor carioca quando a equipe tinha apenas dois pontos em três jogos na Libertadores de 2011 e estava em situação delicada na busca por uma vaga na fase seguinte. Contratado pelo Santos, o técnico não encontrou uma situação muito favorável também, já que o time da Vila Belmiro precisava de uma importante vitória na penúltima partida da primeira fase da competição internacional.
Muricy conseguiu fazer o Santos se classificar às oitavas de final e deu continuidade ao sucesso do time comandado por Neymar. Pelo menos neste ano, o técnico já calou parte das críticas de não ir bem em torneios mata-mata pois já conquistou o Campeonato Paulista pelo clube da Vila Belmiro. E mesmo se levar a Libertadores, o próprio treinador não acredita que isso será uma resposta aos que o criticam.
"Acho que não (é uma resposta aos críticos). Nesse ponto da minha carreira não estou mais na fase de estar respondendo as pessoas. Quando você é mais jovem, até tem aquele impulso de dizer: 'eu falei, eu estava certo, vocês (jornalistas) não sabem nada. Às vezes, para alguns, isso é verdade. Mas não deixa de ser uma grande bobagem", disse.
Curiosamente, as equipes brasileiras responsáveis pelas eliminações dos times de Muricy nas Libertadores passadas (Cruzeiro, Fluminense, Internacional e Grêmio) todos caíram nas oitavas de final da competição esse ano.
ESPN
Nenhum comentário:
Postar um comentário