sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Em busca de um título pelo Santos, Ganso revela que é apaixonado pelo Milan



Em entrevista exclusiva, meia diz estar preparado para a responsabilidade que tem hoje no Peixe e define cada treinador de sua carreira

O olhar sereno, a voz calma e a tranquilidade para falar não condizem com as “travessuras” que apronta em campo e com a malandragem na forma de jogar. Mas essa é a faceta demonstrada pelo jovem meia Paulo Henrique Lima, o Ganso, do Santos, quando conversa na orla de um dos principais cartões postais do Brasil, a praia de Copacabana.
Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, a joia de maior valor do Peixe atualmente (ele vale R$ 137,51 milhões, quase os R$ 170 milhões de toda a geração Robinho) revelou o sonho, comum a muitos outros jovens atletas do Brasil, de jogar no exterior. Mais espeficamente no Milan. E explicou o motivo.
- O Milan, porque eu vi o Kaká jogar lá e por ser um clube que tem muitos brasileiros, me agrada. É um clube que eu sou apaixonado e sonho mesmo um dia jogar – confessou. No entanto, Ganso não deixa de lado a importância de continuar bem no Santos. Ciente da responsabilidade que tem hoje na equipe titular, ele quer, antes de deixar a Vila Belmiro, algo maior: a conquista de um título importante. - Minha meta é primeiro de ser campeão pelo Santos e depois pensar em sair para a Europa.
Mas se tiver que ir antes, vai acontecer naturalmente, e isso só o homem lá de cima sabe. Acho que, por eu ser um jogador de meio-campo e ter a responsabilidade de criar uma jogada, de levar o time para o ataque, sempre procuro chamar o jogo para mim. E já estou acostumado, até porque quando a gente joga lá na Vila Belmiro, na nossa casa, a torcida gosta de um time para frente – contou


Os dribles rápidos de Ganso exibem uma qualidade que, se bem trabalhada, pode ainda render bons frutos para o Peixe. E um dos responsáveis por essa parte é o treinador. Falar do chefe nem sempre é fácil. Mas para o jogador de 20 anos, essa não parece ser uma missão das mais difíceis. Até porque, segundo ele, Vanderlei Luxemburgo dá bastante liberdade para o seu estilo de jogo, mas também sabe cobrar quando é necessário.
- Ele é um treinador bastante exigente e também qualificado. É um técnico que me deixa livre para jogar, só pega no meu pé quando eu quero dar um drible perto da nossa área, porque ali não dá. Mas ele gosta que eu faça isso na zaga adversária, que é perigoso para eles. Na carreira profissional, Paulo Henrique Ganso já trabalhou com quatro técnicos – todos no Santos. O meia definiu como vê cada um dos comandantes. - Leão: seriedade, trabalho. Aprendi muito disso no início da minha carreira. Márcio Fernandes: poder de confiança que ele tinha em mim, sempre me dava apoio, me deixava jogar à vontade. Vagner Mancini: foi o cara que me deixou jogar ainda mais. Quem me deu a oportunidade. Foi quando apareci e fui bem. Acho que uma qualidade dele é o jogo ofensivo, que ele tem de melhor. Cuca: trabalho, muito trabalho. E com o Luxemburgo foi que melhorei bastante taticamente e também minha técnica, meu poder de conclusão – resumiu.
Trazido para o Santos em 2005 por Giovanni, ídolo alvinegro nos anos 90, Ganso garantiu que vai encontrar, em breve, seu olheiro em Belém. Foi ele o responsável por colocar o jogador no caminho do ex-camisa 10 do time da Vila Belmiro. - Em 2005, quando o Giovanni voltou para o Santos, fui levado para lá e fiz um teste. É que eu tinha um professor de educação física em Belém, e ele trabalhava em uma escola que o Giovanni tem lá. Ele falou com a irmã, e ela falou com o próprio Giovanni. Depois disso, ele me indicou para o Santos e disse para eu ir treinando. Ele falou “se for bom, vai ficar”, e eu fiquei. Faz tempo que eu não falo com ele (o olheiro), mas agora, nas férias, eu vou estar em Belém e aí vamos tentar nos encontrar


Ganso já falou algumas vezes que tem um estilo de jogo mais parecido com o de Rivaldo, ídolo do Palmeiras no título do Brasileirão de 1993, do que com o de Giovanni. Os dois atuaram juntos na seleção brasileira e fizeram dupla no Barcelona. - Acho que o Rivaldo e o Giovanni têm estilos parecidos. O que muda é que um era canhoto, e o outro destro. E eu sou mais parecido com o Rivaldo por ser canhoto também. Mas ele tem uma técnica apurada, igual à do Giovanni – comentou. Neste sábado, o Santos encara o Flamengo, às 18h30m, no Maracanã, pela 33ª rodada do Brasileirão. Com 42 pontos, o Peixe é o 13º colocado, enquanto o time carioca é o sexto, com 51.
Globoesporte.com

Nenhum comentário: