Presidente do Santos diz que foi xingado, cuspido e até agredido por corintianos na entrada do camarote do Pacaembu O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, no CT Rei Pelé, para falar sobre as confusões que aconteceram no clássico contra o Cornthians, no último domingo, no Pacaembu.
O mandatário alvinegro foi acusado de ter hostilizado corintianos durante a partida. Ele admite que exagerou ao discutir com alguns corintianos, mas afirma que só teve esse tipo de atitude porque estava revoltado com a forma como ele, seus diretores e a torcida do Peixe foram tratados no Pacaembu. Teixeira afirma que apenas "reagiu a injustiças".
Segundo Teixeira, ele foi muito hostilizado enquanto se encaminhava para o seu reservado, acima do setor de cadeiras do estádio. Para chegar ao local, ele teve de passar por vários torcedores corintianos, que o teriam xingado e até cuspido em sua direção. Além disso, ele diz ter ficado revoltado com o fato de os torcedores do Peixe terem ficado, segundo ele, "espremidos" em um canto do estádio e sendo hostilizados por corintianos de um lado e de outro.
- Fui cuspido, xingado e humilhado no trajeto para chegar ao meu reservado. Além disso, vi meus torcedores apanhando de policiais e sendo xingados por adversários de todos os lados. Entendo que presidente deva ter postura isenta e equilibrada, mas qualquer ser humano teria uma reação a esses fatos. Eu posso errar, mas nunca vou me omitir. Eu posso até levar um soco no rosto, mas uma cuspida é muito mais agressiva - afirma Marcelo Teixeira.
Ao final da partida, quando se dirigia ao vestiário, ele teve um nova discussão com um corintiano. Ele afirma que não conseguiu identificar quem era, mas percebeu, pelo uniforme da pessoa, que se tratava de alguém ligado à diretoria do clube. Nessa hora, Teixeira admite ter dito que o Corinthians era um time de segunda divisão.
- Estava me dirigindo ao vestiario e uma pessoa, com uma camisa da administração do Corinthians, se dirigiu de forma violenta a mim, dizendo que tudo aquilo era culpa do Santos, que a nossa torcida era responsável por aquela selvageria. Virei e fiz alguns comentários. Realmente, me dirigi com palavras que eu não repetiria hoje até em respeito ao Corinthians. Mas foi uma forma de desabafo contra tudo o que vi - explica.
O presidente santista reclama que todo o noticiário circulou em torno da forma como ele reagiu durante a partida e que ninguém mostrou como os santistas foram tratados. - Hoje se fala sobre as reações de um presidente, sobre o que eu fiz, sobre o que eu falei. Mas eu não vi nenhuma imagem dos cuspes que eu tomei, dos pontapés que eu levei.
'Estava escrito'
Marcelo Teixeira garante que todo o tumulto poderia ser evitado se o Corinthians tivesse dado ouvidos às ponderações do Santos. - Se o Corinthians queria dar apenas 2 mil ingressos para os santistas. Tudo bem. Mas que colocasse esses torcedores isolados no tobogã. Não haveria nenhum tipo de confusão. Mas naquele canto onde eles ficaram, estavam cercados, acuados - afirma Teixeira.
Sem retaliação
O presidente santista finalizou garantindo que, apesar de revoltado, não vai retaliar os corintianos na próxima vez em que o time do Parque São Jorge jogar na Vila Belmiro. Nesta segunda-feira, circulou na Vila Belmiro a informação de que a diretoria santista iria reservar apenas um pedaço das arquibancadas térreas da Vila para os corintianos e que eles ficariam cercados por santistas. - Posso garantir que não haverá retaliação. Os clássicos na Vila Belmiro continuarão tento o mesmo tratamento, com medidas preventivas, mesmo espaço para as torcidas visitantes.
A diretoria do Santos costuma dar exemplos de como se organiza um espetáculo de futebol, com segurança garantida para as duas torcidas. Corinthians e Santos podem se encontrar nas semifinais do Paulistão, mas o mando é da Federação Paulista de Futebol, que determinará o local das partidas. Pelo Brasileirão, há encontro marcado entre os rivais no estádio da Baixada Santista: dia 31 de maio.
Globoesporte.com
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