Estudo que detalha saúde financeira do futebol brasileiro em 2017 diz que o clube precisa "ser mais austero" e "pensar de acordo com suas possibilidades"
Por GloboEsporte.com
O Santos atravessou 2017 equilibrando pratos, para repetir a metáfora usada na análise das contas do clube feita pelo estudo do Itaú BBA. O clube conseguiu aumentar suas receitas em 15% – de R$ 245 milhões para R$ 282 milhões.
Todas as fontes de receita tiveram algum incremento, mas o maior deles, como costuma ser com o Santos, foi na venda de jogadores. No ano passado o clube arrecadou R$ 70 milhões, principalmente graças à venda de Thiago Maia e ao mecanismo de solidariedade recebido na transferência de Neymar do Barcelona para PSG.
O crescimento nas receitas foi acompanhado de aumento nos custos e nas dívidas. O custo operacional total do clube foi de R$ 226 milhões para R$ 230 milhões. A despesa do departamento de futebol do Santos saltou de R$ 114 milhões para R$ 147 milhões. Embora as dívidas bancárias tenham até sido reduzidas, as outras (operacionais, impostos) aumentaram.
A dívida total foi de R$ 333 milhões para R$ 351 milhões. Assim, o Santos perdeu mais uma oportunidade de se organizar melhor com o dinheiro extra que entrou.
Como é muito difícil criar novas receitas, ou conseguir aumentar significativamente as que já existem, o Santos usa sua notória capacidade de revelar e vender atletas para fechar as contas do dia a dia. O problema desse tipo de solução é a imprevisibilidade. A conclusão do estudo do Itaú sobre as contas do clube vale para quase todos os seus co-irmãos:
"O Santos precisa pensar de acordo com suas possibilidades. Gastar menos, ser mais austero. Ou em algum momento não dará tempo de salvar os pratos."
O estudo da situação financeira dos clubes nacionais divulgado ano a ano pelos analistas do Itaú BBA abre sua avaliação relativa a 2017 alertando que se repete um ciclo de "mais dinheiro, mais gastos, nenhuma preocupação com o futuro". O relatório deste ano, divulgado com exclusividade pelo Globoesporte.com, diz que "seguimos esta jornada nos repetindo e andando em círculos".
De modo geral, a análise chama atenção para o fato de "despesas e custos continuarem crescendo e ocupando o salto de receitas", ao passo que "investimentos gerais não mudaram muito, nem as dívidas. E lembra: "O Profut começará a vencer, as regras de distribuição de direitos de TV mudarão, e isso vai pressionar o fluxo de caixa dos clubes em 2019".
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