sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Crise política faz atletas santistas se sentirem abandonados por diretoria


Parte do elenco do Santos reclama veladamente de abandono por parte dos cartolas. A queixa é de que os atletas não sabem a quem se reportar na diretoria, se tiverem problemas. Isso por conta das mudanças diretivas provocadas pela crise política na Vila Belmiro.

Nei Pandolfo, gerente de futebol, foi demitido. Zinho, escolhido como substituto, só assumirá na próxima segunda. Além disso, Pedro Luiz Nunes Conceição, membro do Comitê de Gestão que era ligado ao departamento de futebol, também foi afastado.

O quadro piora com problemas de saúde do presidente, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, e de seu vice, Odílio Rodrigues. Laor ficou licenciado durante um longo período e ainda tem a saúde debilitada.

Depois de sofrer uma queda, o clube anunciou em seu site que Odílio precisaria pedir licença médica. Nesta quinta, porém, a assessoria de imprensa santista disse que ele não vai se licenciar e que despachará de casa, além de estar disponível pelo celular.

A assessoria também nega que haja abandono. Diz que os jogadores devem se reportar a André Zanotta. Ele era assessor do superintendente Felipe Faro, também demitido recentemente. O departamento de comunicação do clube alega ainda que Laor esteve no CT na última terça e que conversou com atletas.

Pelo menos um jogador do time relata nos bastidores que a presença de cartolas de alta patente fez falta na quarta, dia do clássico com o Corinthians. Isso por se tratar de um jogo especialmente tenso. A torcida estava revoltada pela derrota por 8 a 0 para o Barcelona e a equipe enfrentaria o seu principal rival, considerado um dos times mais fortes do país atualmente.

Pela mesma versão, as demissões de Nei e Pedro, horas antes do clássico, aumentaram a insegurança de alguns jogadores. Se já havia temor em relação à reação da torcida, passou a existir incerteza sobre quais medidas a diretoria poderia tomar em caso de nova derrota.

Laor e Odílio não foram para a Vila com o time, que já não contava com Nei e Pedro. Aliás, os jogadores ficaram sabendo pelo noticiário na TV, na hora do almoço, sobre a demissão do gerente de futebol.

Quem estava no ônibus da delegação na chegada ao estádio descreve momentos de pânico com garrafas e latas arremessadas pela torcida do Santos, tapas no veículo e o medo de que rojões fossem usados para atingir o grupo. Já em campo, a tensão aumentou com o gol corintiano logo no início. Nesse cenário, atletas santistas diziam estar extremamente desgastados psicologicamente após o empate com o Corinthians.

Perrone/Uol

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