domingo, 30 de dezembro de 2012

Santista revela festas 'open bar', calote no interior e prêmio gordo por bicicleta contra o Corinthians

Alberto sabe que nunca foi um craque, mas está na lista dos queridinhos de uma torcida que tem Robinho, Neymar e Pelé como ídolos. Não é à toa. O ex-atacante do Santos conquistou o primeiro Campeonato Brasileiro do clube, em 2002, e ficou imortalizado por um golaço de bicicleta contra o Corinthians. Dez anos depois da conquista, ele relembra as festas ‘open bar’ na carreira, a pneumonia que pegou na Rússia e o prêmio gordo que recebeu pela façanha contra o maior rival.

O ex-jogador compareceu à comemoração dos dez anos do título do Santos em um bar da Zona Oeste de São Paulo. Foi o mais assediado pelos torcedores e mal conseguia dar entrevistas e conversar com seus ex-companheiros pelo alto número de pedidos de fotos e autógrafos.

O motivo era simples: o gol de bicicleta marcado contra o Timão no dia 3 de outubro de 2002 na vitória por 4 a 2 válida pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Alberto conta que, mais do que fama, o gol de lhe rendeu mais dinheiro que o Santos lhe pagava.

“O patrocinador do campeonato premiava com R$ 20 mil o gol mais bonito do mês, ganhei por duas vezes por causa de um gol de letra e o de bicicleta. Os R$ 40 mil quase já eram mais do que eu ganhava no Santos. Depois o gol foi selecionado como o mais bonito do campeonato e eu ganhei mais R$ 100 mil. Ganhei dinheiro no Patrocinador Futebol Clube jogando pelo Santos”, brincou.

Apesar do alto dinheiro, não foi fácil marcar o emblemático gol. Alberto conta que por pouco não entrou em campo naquele dia porque o horário para o início da concentração dos jogadores foi alterado e ele não percebeu. Chegou muito atrasado e achou que seria cortado pelo técnico Emerson Leão.

“Nesse dia eu estava muito gripado, o horário mudou e eu não olhei o mural. O Robinho me ligou e eu achava que estava me sacaneando. Em seguida, o Diego ligou e eu falei ‘para de me sacanear, tenho que descansar'. Depois ligou o Pedro Santilli (auxiliar do técnico Emerson Leão) e aí vi que a batata assou”.

“Corri para chegar na frente, peguei a Imigrantes que estava toda parada. Fui para a Anchieta e cheguei 20h. Todo mundo já tinha jantado e o Leão estava na recepção. Só soube que ia jogar no vestiário. Depois do jogo ele disse que eu seria multado, mas até hoje não recebi. Só quis me assustar”, disse.

Alberto mora hoje com a família em Jundiaí, no interior de São Paulo, mas se divide entre Ponta Porã-MS e São José do Rio Preto-SP, onde tem duas franquias das escolas de futebol do Santos. Ele ajuda na formação de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, ensina fundamentos e, principalmente, passa suas experiências boas e ruins adquiridas em mais de 15 anos de futebol.

Entre as mais marcantes estão as festas na época de atleta, as dificuldades enfrentadas no exterior quando defendeu clubes da França, Rússia e México, e a má experiência na Catanduvense onde ficou sem receber salários no fim da carreira.

“Quero servir de exemplo para a molecada que hoje ganha dinheiro muito fácil, as quantias que pagam são estratosféricas. E depois que para de jogar você some, ninguém vai te dar dinheiro, ninguém vai te dar salário, te convidar para festa. Balada para fazer aniversário e convidar todo mundo com whisky liberado, acabou. Uma vez eu fiz uma festa com sushi e sashimi, colocaram um atum no meio da festa, eram loucuras que a gente fazia e eu não faria de novo. Hoje eu quero ganhar dinheiro para saber o que fazer”.

Uol Esporte

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