sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Feliz na presidência, Luis Alvaro pode fazer parte do centenário


O centenário do Santos chegará sob um clima de tranquilidade. Pelo menos para a atual diretoria. Ela entende que cumpriu bem o seu dever ao criar as condições para que o time de futebol conquistasse quatro títulos em dois anos: dois campeonatos paulistas, o inédito de campeão da Copa do Brasil e o maior de todos: tri da Libertadores, rei das Américas, após 48 longos e sofridos anos de espera e frustração.


Quando Danilo fez o segundo gol contra o Peñarol, no Pacaembu, superlotado por 40 mil torcedores, e Pelé e Luis Alvaro Ribeiro se abraçaram chorando, estava sendo celebrado não só o início de uma nova era em Vila Belmiro. Ficava selada uma parceria entre duas entidades que jamais conseguirão se separar: o Rei do Futebol e o clube que ele tanto ama.


O presidente peixeiro não se cansa de repetir: "Foi o dia mais feliz da minha vida".Se as várias correntes do clube que o apoiaram há dois anos novamente se congregarem em torno do seu nome, Luis Alvaro está disposto a encarar mais três anos à frente do "alçapão". É como lhe disse um amigo, na semana passada, prometendo repetir o voto: "Não há, Luís, em sã consciência, nenhum peixeiro digno desse nome capaz de renunciar à glória suprema de comandar o Santos no ano do seu centenário.



Em dezembro, os associados do Santos dirão se estão felizes com os títulos conquistados nos últimos dois anos e com os novos métodos de gestão ou se preferem a volta da corrente oposicionista. Luis Alvaro e sua equipe vivem os momentos preliminares dessa disputa. Ele sempre repete: "Ninguém é candidato de si mesmo".


De agora até dezembro, resta cumprir bem os compromissos do time com a tabela do Brasileiro. Todos sabem que o Peixe perdeu pontos preciosos quando fez a escolha certa: priorizar a Libertadores. Para poupar jogadores, o Santos foi se afastando das primeiras colocações. A necessidade de ceder seus craques para a Seleção Brasileira amplia a dificuldade para o título do torneio nacional.


Na Libertadores de 2012, ele já está, como campeão deste ano. A diretoria atual também diz encarar com serenidade o possível jogo histórico com o Barcelona. Essa tranquilidade é reforçada pela constatação, unânime, de que o time comandado pelo capitão Edu Dracena enfrentará a melhor equipe de futebol do mundo. E o melhor jogador do planeta: Messi. Ou seja, ninguém ficará escandalizado com uma eventual derrota santista. Mas, longe de se conformar com a lei das probabilidades, o Peixe vai para o tudo ou nada. Como sempre fez.


Enquanto dezembro não chega, o presidente se orgulha muito do momento que o clube de Neymar está vivendo, nos últimos dois anos, dentro e fora de campo. Ele ficou sabendo que o filho de quatro anos de Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, o clube de maior torcida do Brasil, fez um pedido à mãe: "Posso torcer pelo Santos? Desculpa, mãe, mas eu adoro o Neymar". Soube, também, que a mulher de Roberto Dinamite, o maior ídolo da história gloriosa do Vasco da Gama, é torcedora fanática do Peixe. "Isso não tem preço", confessa Luis Alvaro, com voz embargada.


Ele também se diverte com uma brincadeira que criou e que tem a participação de dois netos corintianos. Eles ganham, cada um, dez reais cada vez que vestirem a camisa do Santos. "É minha jogada mercadológica", vibra o presidente. "Eles são meus meninos-outdoor". Alguém duvida que esses garotos corintianos, torcedores de um clube que é uma espécie de religião, agora estão com a camisa do Peixe dia e noite?



A Tribuna

Foto: Paulo Freitas

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