Quando chegou ao Santos, a esperança da torcida do Peixe em Alan Kardec não era tão grande assim. As aparições do atacante em momentos importantes - leia-se reações do Peixe nas partidas - mudaram bastante a opinião de todos.
Até porque ele, com três gols, faz parte dessa série invicta que o Santos conseguiu até agora: sete jogos, com cinco vitórias e dois empates contra muitos adversários de respeito. E o Corinthians ontem foi outro deles.
O clássico, a assistência para o gol de Borges e quando marcou o terceiro, em que valeram a velocidade e, principalmente, a sorte de Alan Kardec, ao contar com o desvio de Chicão, provam algo importante: não foram meros acasos o golaço da vitória sobre o Bahia, no Estádio Pituaçu (que, por sinal, abriu essa sequência) e a bola na rede dentro do incrível empate por 3 a 3 com o Internacional, no Beira-Rio.
Verdade que não chega a ser uma surpresa a presença de área do grandalhão Alan Kardec, mostrada especialmente no Vasco, no Internacional e no Benfica. Só que Muricy Ramalho, apesar de todos os antecedentes artilheiros do jogador, encontrou outra qualidade no atacante: a chance de Alan Kardec ajudar na criação do Peixe, em função da contusão de Paulo Henrique Ganso.
O jogo de ontem, por sinal, foi um exemplo bem acabado da multiplicidade do jogador. Quando o Corinthians foi para o tudo ou nada - e de maneira desordenada - no segundo tempo, oferecendo os contra-ataques, Alan Kardec virou a arma de velocidade necessária para um momento assim.
O próprio comandante santista, por sinal, confessa que o cotidiano o fez mudar sobre o real posicionamento de Alan Kardec. "Eu tinha a mesma opinião que vocês (jornalistas) porque ele só jogava enfiado nas equipes pelas quais passou.
Aqui ele mudou as características para jogar. Mas no dia a dia a gente vê que ele é muito inteligente e joga nos espaços. Como perdi o Ganso, tinha que achar uma solução para isso. Ele vem buscar a bola e surpreende, pois ainda divide com Borges as funções de atacante", explica Muricy Ramalho.
A Tribuna
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