sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Adilson muda postura, adota estilo 'paizão' e distribui elogios no Santos


Adilson Batista demonstra enxergar tudo com perfeição no Santos. O treinador não passou a imagem de agregador no comando do Corinthians, enfrentou turbulências com os ‘cabeças’ do elenco, e tem evitado atritos com os jogadores santistas à base de elogios. No discurso, todos são talentosos e imprescindíveis.

Evitar críticas e enaltecer exibições satisfatórias virou prática comum para o treinador. Atuações ruins são justificadas com a palavra “cansaço”, e indiretas, jamais feitas.Por enquanto, mudanças no posicionamento dos jogadores são pouco explicadas, mas também não questionadas pelos atletas. Esse foi um dos principais problemas que minou o trabalho de Adilson no Corinthians.


Durante a curta passagem no clube da capital, os experientes Roberto Carlos e Ronaldo foram especulados como desafetos do treinador.“Tenho que manter um bom ambiente no Santos. Ainda sou novo (42 anos), quero contribuir, crescer na carreira. (O Corinthians) faz parte do passado. Só o tempo vai dizer quem estava certo e errado”, disse Adilson ao ser apresentando pelo Santos, em dezembro.


O tempo fez Roberto Carlos e Ronaldo deixarem o Corinthians. Já Adilson segue no Santos utilizando o aprendizado colhido no rival. Reforços não são cobrados publicamente, a maior parte do elenco já foi utilizada, e na disputa por posições, o treinador procura agradar todos os envolvidos.


Foi o que aconteceu na estreia da Libertadores, diante do Deportivo Táchira, na Venezuela. Ao optar, surpreendentemente, por Diogo como parceiro de Neymar, Adilson não cortou nenhum dos outros três atacantes (Zé Eduardo, Maikon Leite e Keirrison) do banco.Keirrison é o único jogador do elenco já cobrado publicamente por Adilson.


Apesar disso, o alerta é feito sutilmente. Internamente, o treinador tenta consolidar o estilo ‘paizão’.“Ele tem falado individualmente com cada jogador. Não é de apontar erros, e sabe como falar com o atleta. O Adilson não leva os problemas aos jornalistas, consegue resolver tudo internamente”, disse o capitão santista Edu Dracena.


No momento de maior irritação de Dracena na temporada, quem apareceu para o defender publicamente? Adilson! O treinador discordou das críticas feitas ao sistema defensivo após o empate por 3 a 3, contra o São Caetano, no dia 26 de janeiro, e prometeu repetir a mesma formação defensiva no duelo seguinte, o clássico contra o São Paulo.


O Santos venceu o rival por 2 a 0, diminuiu consideravelmente às críticas em torno do sistema defensivo, e Edu Dracena ganhou moral para reclamar da imprensa no dia seguinte. Tudo isso, graças ao apoio de Adilson.


O treinador desfruta de um bom relacionamento com o grupo santista. O próximo desafio é manter uma boa convivência com o “queridinho” da diretoria, Neymar. Algo que não parece ser complicado. Mesmo à distância, Adilson já o agradava com seu discurso.


“O Neymar é craque, e craque não dá problema. Pelo contrário, só resolve”, disse o treinador sem cogitar poupar o atacante contra o Táchira.


Uol Esporte

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