Treinador admite que dificilmente o Santos vai conseguir segurar suas estrelas. 'A perda é iminente e temos de minimizar os efeitos'
A palavra desmanche é abolida dos dicionários santistas. No discurso dos dirigentes alvinegros, é proibido citar o termo. O fato, porém, é que o clube já perdeu dois jogadores de peso e Seleção Brasileira: André se transferiu para o Dínamo de Kiev-UCR, por € 8 milhões (R$18 milhões). Robinho voltou para o Manchester City após o fim de seu empréstimo. Neymar está na iminência de ir embora para a Inglaterra, defender o Chelsea. Já Wesley balançou com a proposta do Werder Bremen-ALE e também prepara sua saída.
O meia Paulo Henrique Ganso, por sua vez, é o único que ainda poderá permanecer na Vila Belmiro por mais tempo. O Lyon-FRA fez uma proposta para levar meia no fim de junho. Ofereceu € 10 milhões (R$ 22,6 milhões), um quinto do valor da multa rescisória (R$ 113 milhões). O Santos nem quis conversa. Ganso é o jogador mais caro do Peixe.
O técnico Dorival Júnior está bastante preocupado e não faz nenhuma questão de esconder. Ele admite que o assédio tem sido muito forte e que está sendo difícil, quase impossível, manter os jogadores focados. O treinador acredita que essa falta de concentração causada pelas promessas de fama e fortuna na Europa teve influência no rendimento do time na última quinta-feira, contra o Avaí, no Pacaembu, pela Copa Sul-Americana. O Peixe não viu a cor da bola e perdeu por 3 a 1.
- O assédio está existindo e não só pelo Neymar, mas por vários outros jogadores. Queira ou não, isso desequilibra o nosso ambiente. Temos de resolver tudo o quando antes. Quero ter logo um elenco definido para voltar a trabalhar com tranquilidade - afirmou o treinador.
Se as saídas de Wesley e Neymar se confirmarem, restará apenas Paulo Henrique Ganso do chamado “Quarteto Santástico”, como o próprio Ganso batizou: ele, Robinho, Neymar e André, todos chamados por Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira, para o amistoso contra os Estados Unidos, na última terça-feira.
- Estaremos perdendo de 30 a 40 por cento da nossa capacidade. E se acontecer, que pare por aí - pediu o treinador.
O presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, garante que nenhum dos titulares santistas está à venda.
- Isso serve para o Neymar, para o Wesley, para o Ganso, para todos. Não estamos vendendo jogadores. O que existe é uma cláusula contratual com pagamento de multa no caso de não cumprimento dos termos acordados. Se houver o pagamento, o jogador sai. Caso contrário, não.
Dorival confia na garantia dada ao dirigente santista.
No entanto, sabe que o poderio econômico dos clubes europeus joga por terra qualquer discurso. O Chelsea, por exemplo, começou oferecendo € 15 milhões por Neymar. Passou para € 20 milhões. No início da próxima semana oferecerá € 30 milhões. O Santos bate o pé, cobra a multa. Mas nos bastidores da Vila Belmiro a fatura é dada como liquidada, sob o seguinte argumento: se os ingleses estão mesmo dispostos a levar Neymar e já chegam a € 30 milhões, eles podem perfeitamente dar mais € 5 milhões e finalizar o negócio. A multa de Neymar é de € 35 milhões (R$ 79 milhões).
- Infelizmente, o Brasil está muito exposto ao mercado externo. A perda de jogadores é iminente e temos de tentar minimizar os efeitos. O Santos tem feito de tudo para segurar, mas realmente é bastante complicado. A diferença econômica é muito grande – concluiu o treinador santista.
Globoesporte.com
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