terça-feira, 1 de junho de 2010

Santos cria empresa para segurar craques e não entrar em crise


Serão vendidas cem cotas de R$ 300 mil cada, somando um valor total de R$ 30 milhões

Para continuar assistindo às danças de Neymar, Ganso & Cia. após cada gol, a diretoria do Santos está tendo de rebolar.


Para não tropeçar, a diretoria precisa que o Conselho Deliberativo do Santos aprove hoje, 1 de junho, a criação de uma empresa de investimentos. A Terceira Estrela Investimentos S/A, ou Teisa, foi a solução encontrada pela equipe do presidente Luis Álvaro Ribeiro para combater a crise financeira que ameaça paralisar o clube (leia texto ao lado).


Em vez de vender um jogador, o Santos pretende negociar um pedaço de vários deles. E manter a equipe por mais tempo junta.


A Teisa será uma empresa com sociedade de propósito específico por cotas. Ele reunirá pessoas interessadas em investir no Santos e comprará ativos do clube praiano.


Os ativos serão fatias dos direitos econômicos dos jogadores do elenco. Dependendo do caso, a fatia será de 10% (para os atletas mais valorizados) ou 20% (para os menos). Quando os atletas forem vendidos, os investidores realizarão lucro. O modelo é semelhante ao da Cesta de Jogadores que o Palmeiras criou em 2008 (veja quadro ao lado).


Ela tem até data para terminar: será extinta quando for criado o fundo de investimento, com prazo máximo até o fim de 2013.


Serão vendidas cem cotas de R$ 300 mil cada, perfazendo um valor total de R$ 30 milhões. Essa é a importância que o clube precisa para fechar as contas até o fim de 2010. A gestão da Terceira Estrela ficará a cargo de empresários e executivos que compõem o Grupo Guia (Gestão Unificada de Inteligência e Apoio ao Santos Futebol Clubes), em especial o presidente da Cimentos Votorantim, Walter Schalka. O Guia é uma espécie de conselho que assessora o presidente.


A empresa está sendo criada porque o fundo de investimento que o atual presidente Luis Alvaro Ribeiro havia prometido na campanha eleitoral só deverá sair, na melhor hipótese, no início do quarto trimestre do ano. Mas, diante do ritmo da reforma estatutária – a gestão corporativa é pré-requisito para aprovação do fundo pela Comissão de Valores Mobiliários –, poderá ficar para 2011.

ENTENDA AS DIFERENÇAS


Terceira Estrela

Modelo de investimento

Empresários amigos criam a empresa por cotas. A empresa faz contrato com o clube. Compra os ativos (direitos econômicos) e transfere o dinheiro.

Ativos

A fatia máxima a ser vendida é de 20%, para jogadores de menor valor. Para os atletas com maior potencial de valorização, a fatia à venda é de 10%. A estratégia reduz o risco de perdas futuras.

Resgate

Haverá um prazo mínimo para a realização de lucro. O prazo mais provável é de três anos. Nesse período todo o dinheiro terá de ser reinvestido.

Fim da companhia

É um dos pontos que mais gerou polêmica no projeto. Ao final, venceu a posição do grupo que defendeu que todo o dinheiro das vendas terá que ser reaplicado no fundo de jogadores, que ainda será criado.

Cesta de atletas

Modelo de investimento

Adotou o modelo que deverá ser seguido pelo Santos neste ano. Mas os valores buscados eram bem menores, com arrecadação da ordem de R$ 10 milhões.

Ativos

Não havia regra para as fatias dos jogadores, mas os mais valiosos ficavam na casa de 25% a 30%. Alguns jogadores das categorias de base foram colocados a preço zero – a título de “cortesia”.

Resgate

À medida em que os jogadores eram vendidos, o lucro era realizado. Por ser uma companhia de investimento, era necessário pagar Imposto de Renda.

Avaliação
Uma das maiores críticas à Cesta é que os jogadores foram avaliados por um preço muito abaixo do que poderiam alcançar. Quando foram negociados, geraram alto lucro para os investidores. E o Palmeiras ficou na pior.

Lancepress

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