quinta-feira, 23 de abril de 2020

O futuro do Santos: Os principais pontos da entrevista de Marcelo Teixeira

O Diário do Peixe fez uma LIVE com ex Presidente Marcelo Teixeira, acompanhe abaixo.

Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Na abertura da série de entrevistas sobre “O futuro do Santos”, o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Marcelo Teixeira, apontou os caminhos que acredita para o futuro do Peixe. A Live durou mais de uma hora e foi acompanhada por centenas de torcedores. Nesta quinta, teremos a Live com Pedro Daniel, executivo de mercado de futebol da Ernst & Young.

“É fundamental o Santos se reinventar. Tivemos uma década vitoriosa no início do século, mas não podemos olhar para trás. Os clubes precisam de profissionalismo. Os que tiverem pessoas capacitadas vão sair na frente. Precisamos criar fontes alternativas de receita. Isso eu acho que falta ao Santos hoje”, afirmou Marcelo Teixeira.

Entre outros pontos, o presidente do clube entre 2002 e 2009 apontou a necessidade de uma negociação coletiva para os direitos de transmissão, pediu um controle interno do programa de sócios (atualmente o Sócio Rei é administrado por uma empresa particular, a Feng), disse ser favorável ao voto à distância e não confirmou se será candidato nas eleições presidenciais previstas para dezembro. Confira os principais pontos da entrevista:

RECEITAS COM DIREITOS DE TV

Nós nunca admitimos que as negociações com direitos de TV fossem isoladas. Ninguém pode jogar sozinho no campeonato. O futebol brasileiro é muito diferente da Espanha. Ao longo da história tivemos 12, 13 times muitos fortes. Foi um grande erro permitir a negociação individual, que sempre foi o interesse da emissora de TV e de clubes como o Flamengo e o Corinthians. Audiência é um critério de momento. Em 2003, com aquela geração, o Santos foi o time com mais jogos televisionados.

PATROCÍNIO E MARKETING

Uma gestão precisa ter transparência, credibilidade para que o mercado possa entender que as empresas podem associar sua marca a um clube da grandeza como o Santos. Precisa dar condições para a equipe ganhar títulos. Nenhuma marca vai patrocinar um clube que não conquista títulos.

SÓCIO-TORCEDOR

É inadmissível o Santos não possuir um sistema próprio de controle do seu quadro associativo. Não existe necessidade de contratar uma empresa terceirizada. Em 2008 nós estávamos com 30 e poucos mil associados. Estávamos implementando um sistema visando o centenário, queríamos chegar aos 100 mil sócios. Toda a preparação estava voltada para isso. Não precisamos depender de terceiros.

VOTO À DISTÂNCIA

O Conselho é um órgão fiscalizador, não de execução. Cabe ao Conselho apoiar as iniciativas da direção. O voto à distância já está previsto no Estatuto, mas você precisa pensar em uma série de iniciativas internas que permita uma eleição lícita, transparente. Uma empresa foi apresentada, mas o plenário entendeu que o Conselho devia assumir essa responsabilidade e começou a fazer uma série de iniciativas para termos o voto à distância, mas são tantas iniciativas que essa ficou secundária. Se você estruturar a secretaria e ter condições de fazer os próximos processos com total segurança, nós faremos o possível para buscar uma empresa no sentido de viabilizar o voto à distância.

RECEITA COM ESTÁDIO

O Santos deve sempre pensar em modernizar a Vila Belmiro. Uma fonte de renda nossa é a Vila. É a nossa casa, um patrimônio que nós temos e precisa sempre pensar em modernizá-la. Nós tínhamos parceiros com viabilidade de construir um estádio que poderia ser em Diadema, na Grande São Paulo, e ao mesmo tempo você condicionar para que esse parceiro revitalizasse a Vila Belmiro. Seria o fundamental. O Santos ter uma Arena padrão Fifa em outro local e ao mesmo tempo ter a Vila Belmiro como um palco sagrado, um local de visitação e de alguns jogos.

ESTRUTURA

Quando assumimos os jogadores do Santos trocavam as roupas em vestiários de containers. Nós precisamos sempre de investimento em infra-estrutura. Nós vendíamos jogadores e aplicávamos uma parte da receita na estrutura e no patrimônio. Quando você vende um jogador como o Rodrygo você precisa carimbar essa receita. Esse percentual vai para a base, esse percentual vai para modernizar a Vila. Em 2007, o Santos foi apontado como um dos melhores CTs do Brasil, mas ficou no tempo. O Santos retrocedeu. Nós tínhamos o Cepraf e conseguimos contratar o Zé Roberto porque confiavam no trabalha de recuperação do Santos.

ELEIÇÃO

Fiquei dez anos….O que me proponho é tentar formar um grupo de trabalho que una os santistas. Falta qualificação, falta capacidade, comprometimento, não por causa dessa gestão, mas no cenário geral. Você precisa reformular, renovar esse processo, sem descaracterizar a experiência. Precisa ter uma mescla da juventude com cabeças mais experientes. O Santos precisa formar um projeto para os próximos dez anos e voltar a ser protagonista. Isso só acontecerá se o clube tiver profissionais que enxerguem a capacidade do Santos e o recoloquem no seu devido lugar.

Um comentário:

Bruno disse...

sem futuro com Teixeira.