Presidente do Santos registrou BO nesta sexta-feira (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
O presidente do Santos, José Carlos Peres, registrou um boletim de ocorrência por conta de uma fraude no departamento social antes da votação pelo impeachment, em assembleia com associados no dia 29, na Vila Belmiro.
Acompanhado dos advogados Rodrigo Gama Monteiro e Gisele Cabreira, o gerente financeiro Ricardo Feijoo, o gestor Pedro Doria e testemunhas, Peres foi à delegacia seccional de Santos na manhã desta sexta-feira. Mais de 500 sócios foram “regularizados irregularmente”.
“Nós viemos fazer um Boletim de Ocorrência com o departamento jurídico e social em relação a uma fraude no cadastro que a gente entende que é para fragilizar o processo. Seriam pegos de qualquer maneira. Eles faziam emissão de boleto e passavam em lotérico mesmo proibidos por nós. Boletos em massa. Praticaram crime pois usavam senha de uma funcionária para baixa de sócios inadimplentes. Sócio devia R$ 100, desconto era de R$ 100 e zerava”, disse o presidente, à Gazeta Esportiva, na delegacia.
“Foram dois modos: um com mais ou menos 40 sem baixa em dinheiro e outro de mais ou menos 500 em lotérica. Geração dos boletos foi feita de maneira irregular. Descobriram porque funcionária fez recebimento e não houve baixa. Pegou e viu que não fez isso, riscou e se apavorou. Imagina se não pega nessa altura? Se não paramos por aqui? Cancelamos por aqui. As senhas foram todas bloqueadas e acesso remoto também. Algum ex-funcionário tinha acesso remoto e da casa dela foi gerando”, completou.
O presidente afirma não ter denunciado ninguém na delegacia, mas sim pedido por um inquérito policial para entender o ocorrido e descobrir o responsável.
“Não foi BO contra ninguém, mas contra quem burlou sistema. Não falamos em nome. Investigação policial chegará nos autores e está fácil de chegar. Vieram testemunhas e delatores. Uma das testemunhas foi a funcionária que perdeu a senha. Está chocada. Usaram covardemente o nome dela. Fizeram espelho de senha e caíram como se fosse ela. Criminoso, covarde, desumano colocar uma funcionária do bem nessa situação de suspeita”, afirmou.
Com a descoberta da irregularidade e a mudança na regularização de associados, o Santos evita outros problemas, mas o presidente acredita que não parará por aí.
“O mal sempre tem um espaço para entrar, infelizmente. Podem descobrir uma outra maneira, está difícil, investigação policial, delegado geral lavrou, com mais força de apuração de fotos”, explicou.
Mesmo com essa situação policial, Peres quer manter a assembleia no dia 29 e mostra confiança. A regularização dos associados pode ser feita até o dia 23.
“Não. Vamos para o dia 29. Há uma informação de agora que policial civil não poderá fazer segurança, só polícia militar. Delegado geral quer isso, sabendo que o nosso vice é investigador, para evitar presunção de culpa. Só para preservar o pleito. Estamos trabalhando com a verdade, vamos cada vez mais falar as verdade e o sócio decide. Estamos estudando e vamos cobrar que esses sócios não votem, assim como os incompletos (milhares têm CPF inválido, por exemplo)”, projetou.
“Estou confiante, não estou em nenhuma fraude, a vida tem que ser conquistada com honestidade e não com esse tipo de atitude. Se for para sair, eu saio, não vai mudar minha vida, muito pelo contrário. Vai me trazer tranquilidade, família pede para eu sair e vai ficar feliz. Mas eu quero terminar o meu mandato. Não fiz nem 10%. Se isso é 10%, imaginem o que tem por vir”, concluiu.
O presidente do Santos terá uma reunião na Federação Paulista de Futebol (FPF) na tarde desta sexta-feira. De acordo com o mandatário, a entidade quer ajudar o clube na investigação.
Vale lembrar que três funcionárias da secretaria social foram demitidas na última semana. Mais cedo, o Peixe divulgou uma nota oficial sobre a fraude, sem maiores detalhes.
“O Santos FC faz questão de manter a transparência com o torcedor para comunicar que lamentavelmente dois movimentos estranhos foram percebidos no cadastro dos sócios, visando dar possibilidade de votos a pessoas que não a tinham.
Ambos os movimentos foram descobertos essa semana, analisados com cuidado e serão entregues à polícia civil de Santos na manhã desta sexta-feira.
No total, mais de 500 nomes estão em condições suspeitas, e por isso a direção do Clube, com todas as provas e testemunhas, irá pedir abertura de inquérito policial para apurar a possível prática dos delitos de estelionato e falsidade ideológica.
Todos os procedimentos para manter e preservar a lisura da votação estão sendo feitos. Não com a intenção de ver um dos lados vencedor, mas apenas para que o resultado da urna seja, de fato, a decisão real do associado santista. E não de sistema que tenta tomar o poder das formas mais espúrias possíveis como fraude, estelionato, intimidações e pagamento em escala de sócios inadimplentes”.
Um comentário:
Isso Marcelo Teixeira, vai dar Rollo! Tomara que não.
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