Apesar de vencer o Atlético-PR e se classificar para as quartas de final da Copa Libertadores da América, o Santos sofreu demais na partida e deixou o técnico Levir Culpi preocupado. O problema foi identificado pelo treinador ainda no intervalo da partida – a saída de bola do time sem qualidade.
"Vencemos com méritos, mas foi uma vitória muito sofrida. Acho que sim (sofreu mais que o normal no jogo) levando em consideração a vantagem, vencemos por 3 a 2 (jogo de ida) e demoramos 45 minutos sem completar um contra-ataque, é muito pouco jogando em casa. No segundo tempo abrimos mais, o time não estava bem, então abri mais ainda, coloquei o Jean (Mota) no meio. Mas a coisa não funcionou muito, por pouco não escorregamos. Por competência, também, permanecemos", afirmou Levir.
Aliás, o Santos encara essa sofrência nos jogos desde a saída de Thiago Maia, negociado com o Lille, da França. Levir Culpi ainda não encontrou um substituto à altura do volante campeão olímpico com a seleção brasileira no ano passado.
Se não bastasse, os substitutos que Levir achou dentro e fora do clube não estão disponíveis. O volante Matheus Jesus, ex-Ponte Preta e que foi emprestado pelo Estoril, de Portugal, até o fim da próxima temporada, enfrenta problemas físicos e até técnicos durante os treinamentos.
O volante chegou ao clube paulista há quase um mês com status de substituto de Thiago Maia, mas não fez sua estreia. Levir cobra evolução tática, técnica e física do jogador e, inclusive, não o inscreveu na Copa Libertadores da América antes do jogo contra o Atlético-PR. Levir optou por inscrever Gustavo Henrique, Nilmar e até o jovem Orinho, do Santos B.
Desta forma, Matheus Jesus está fora dos confrontos contra o Barcelona, do Equador, válidos pelas quartas de final da competição continental.
Sem ele, Levir terá que quebrar a cabeça para achar a solução do meio-campo. O treinador havia apostado em Vecchio. O treinador inventou o argentino como segundo volante e deu certo. O problema é que o meia sentiu os onze meses que ficou sem atuar com Dorival Júnior, antecessor de Levir, e sofreu uma grave lesão muscular.
O problema "saída de bola" ainda aumentou pois o veterano Renato também sofre com frequentes lesões musculares e tem desfalcado o time constantemente. Sem Renato e Vecchio, Levir Culpi tem apostado em Yuri e Alison.
Contra o Atlético-PR, o Santos foi sufocado em seu campo de defesa e se salvou com as defesas de Vanderlei, por conta da má qualidade da dupla de volantes na saída de bola. Levir identificou o problema ainda no intervalo e voltou com Jean Mota no lugar de Yuri para o segundo tempo.
"A entrada do Jean ocorreu pois estávamos com dificuldades para sair passando e fazer o contra-ataque. Ele (Jean Mota) está com mais jogo, jogando na lateral, mas a posição dele é o meio. Resolvi abrir mais o time do que defender, ficou assim, ficou muito aberto o jogo e conseguimos completar. Comemoramos muito a passagem (para as quartas de final), mas precisamos crescer para passar de fase", afirmou Levir.
A mudança melhorou um pouco, mas o time continuou pressionado e sem qualidade para armar os contra-ataques. Por isso, Levir foi obrigado a improvisar mais uma vez para tentar solucionar o defeito do time. O treinador ainda colocou o lateral Daniel Guedes na vaga de Alison. Com isso, o time terminou a partida sem nenhum volante de origem em campo, já que Victor Ferraz foi deslocado para o meio-campo. Este setor da equipe terminou o jogo com Ferraz, Jean Mota e Lucas Lima - um lateral e dois meias de criação.
"Nós precisamos evoluir dentro do que estamos apresentando e vejo condições para isso. No próximo jogo teremos algumas novidades, isso vai dar uma força ao grupo, e essa lição que tomamos servirá para a gente", disse.
"O Renato e o Thiago nós tínhamos e não temos mais, mas temos condições no elenco. Não lamento isso, sabemos o que aconteceu hoje, mesmo assim criamos situações. Não sei responder direito", concluiu ao ser questionado sobre as ausências de Thiago Maia e Renato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário