Leandro Damião está no mercado e só quer um time para jogar com sequência. Não interessa se no Brasil ou na Europa. Em entrevista ao UOL Esporte, o centroavante relata os problemas que teve no Bétis, da Espanha, afirma que as rusgas com o Santos foram superadas e não vê mercado limitado para um jogador com suas características.
"Eu quero jogar, o importante é encontrar um lugar para mostrar que posso dar a volta por cima. Eu quero ter a chance de jogar, não adianta só pensar em jogar lá fora (Europa) e acabar sem chances de ter uma sequência", disse Damião.
Às vezes eu preciso de um tempo para jogar, arrebentar"
Aos 26 anos, o ex-jogador de Inter e Cruzeiro só pode atuar no Brasil após 20 de junho. O contrato com o Bétis ainda é válido e por isso qualquer movimentação depende da janela internacional de transferências.
No Brasil, Corinthians e Atlético-MG conversaram com ele e o Santos. O time paulista esbarrou em termos contratuais, enquanto o Galo preferiu investir em Fred justamente pelo prazo legal para ter o reforço à disposição.
Antes, um time do México e outro da Alemanha fizeram sondagem. Em dezembro, o Internacional chegou a negociar com Damião e deu o retorno como muito provável. No fim, não houve acordo financeiro e o atacante seguiu para Espanha.
Eu sempre me dediquei, sempre. Não tive muita oportunidades, não tive o que fazer também"
Confira abaixo a entrevista com Leandro Damião
PASSAGEM PELO BÉTIS
Foi a primeira vez fora do Brasil, só tinha um outro brasileiro no clube, o Petros. O diretor que me levou já tinha tentado negócio quando era do Inter. Ele estava no Liverpool nessa época, então me conhecia bem. Mas logo que cheguei saiu o diretor, o presidente também. O novo presidente acertou a contratação, após uma reunião com o conselho do clube, mas o treinador era interino. Fiquei quase um mês sem poder ir para o jogo, esperando a lista de relacionados e o negócio ser confirmado. O time jogava mais defensivamente, fui relacionado para uns cinco jogos seguidos, mas não entrava. Joguei contra o Málaga de titular, perdemos de 1 a 0 e entrei no segundo tempo contra o Atlético de Madri, já estava 3 a 0. E não fui mais chamado pelo treinador. Eu segui trabalhando, dois turnos. Um no clube e outro em casa, com preparador particular que contratei. Eu sempre me dediquei, sempre. Não tive muita oportunidades, não tive o que fazer também.
RELAÇÃO COM O SANTOS APÓS BRIGA JUDICIAL
Com o Santos não tem mais problema, existe um acordo. Posso seguir minha vida e o Santos a vida dele. É isso...
ESCOLHA PELO NOVO CLUBE
Eu quero jogar, depois esse tempo todo parado. Um rolo para deixar o Santos antes também. Eu tinha um time alemão interessado, não fechei e acabei no Bétis. Eu escolhi o clube também, mas agora quero jogar. Estou com personal training. Eu estou bem fisicamente, estou pronto para voltar. Eu preciso de um time para jogar, ajudar e não ficar só lá. Temos algumas coisas, tenho portas abertas em vários lugares. Não adianta definir com pressa.
AVALIAÇÃO DA CARREIRA AOS 26 ANOS
Consegui fazer coisas que muitos jogadores não conseguiram em toda carreira. Mas tenho que estar bem fisicamente, sempre, para ter boa temporada. Às vezes eu preciso de um tempo para jogar, arrebentar. Em todos os clubes onde tive isso, tempo, fui bem. No Cruzeiro fui bem também, no Inter nem se fala.
CENTROAVANTE SEM ESPAÇO NO FUTEBOL ATUAL
No Inter e no próprio Cruzeiro eu joguei como centroavante, mas não ficava sozinho, isolado e parado na frente. Não tem como ficar parado na frente, isso é real. Eu sempre saí da área, tentei ajudar bastante. Quando o atacante faz gol, ninguém lembra de onde fica, essas coisas. Mas eu consigo jogar e ajudar o time.
CLUBE BRASILEIRO OU DO EXTERIOR
Eu quero jogar, o importante é encontrar um lugar para mostrar que posso dar a volta por cima. Eu quero ter a chance de jogar, não adianta só pensar em jogar lá fora e não ter chances.
Uol
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