Entenda por que o Santos foi dominado e derrotado pelo São Paulo

Jogando com três volantes, Peixe cede muitos espaços ao rival e paga caro

O Santos foi derrotado por 2 a 1 para o São Paulo, neste sábado, no Pacaembu, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com uma atuação muito ruim em dia de nova formação do técnico Levir Culpi, com três volantes, o Peixe deu muitos espaços ao rival e perdeu a oportunidade de colocar pressão e diminuir a vantagem do líder Corinthians para três pontos.

Pelo que (não) produziu, os 2 a 1 ficaram até baratos para o Santos, que foi pressionado pelo Tricolor praticamente durante o jogo inteiro e levou pouco perigo ao gol de Sidão.

Em resumo, o Santos:

Foi um time desorganizado, com muito espaço entre as linhas de marcação e ataque;

Sofreu com a lentidão nas saídas de jogo;

Cedeu muitos espaços ao quarteto ofensivo do São Paulo, principalmente para Hernanes, que deu duas assistências;

Não assimilou a nova formação promovida por Levir, com três volantes, e ficou perdido em campo;

Sentiu a pressão são-paulina e ficou acuado na defesa, sem levar perigo a Sidão.

Renato voltou a ser titular do Santos após sete jogos fora, mas viu Peixe ser dominado pelo São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)

O jogo

A escalação de Levir, com três volantes (Alison, Renato e Matheus Jesus), testada em apenas um dos três treinamentos durante a semana e colocada à prova contra o São Paulo, dava a entender que o Santos entraria em campo com marcação sólida, sem dar espaços para o rival. Não foi o que aconteceu.

Depois de 15 minutos equilibrados, com as duas equipes anulando as tentativas adversárias, o esquema tático do Peixe demonstrou suas falhas.

Volante, Alison entrou no lugar do atacante Copete e fez parte do trio de atletas defensivos. O problema é que o camisa 5, que é um jogador de contenção, atuou aberto pela direita, muitas vezes como um ponta. Era realmente difícil de entender...

Formação do Santos para o clássico, com três volantes: Alison mais aberto pela direita (Foto: GloboEsporte.com)

A primeira falha veio aos 16 minutos: o próprio Alison errou o cabeceio na reposição de Sidão e deu liberdade a Hernanes, que foi letal. O meia lançou Marcos Guilherme, que entrou às costas de David Braz. O atacante ganhou na velocidade e encobriu Vanderlei, que nada pode fazer.

Gol do São Paulo! Marcos Guilherme encobre o goleiro, aos 16 do 1º tempo

Havia um enorme buraco entre o ataque e a defesa do Santos, e o São Paulo se fez por ali. No segundo gol, o erro de passe de Renato deixou o sistema defensivo do Peixe totalmente exposto. Pratto recebeu, tocou para Hernanes (livre de marcação), que deu mais uma assistência, dessa vez para Cueva (também livre de marcação), que só empurrou para o fundo das redes. David Braz deu condição ao peruano no lance.

Gol do São Paulo! Cueva toca na saída de Vanderlei, aos 21 dos 1º tempo

Antes de ir para o intervalo, um alívio. Em uma das poucas tentativas do Peixe na etapa inicial, Alison aproveitou rebote após corte de Rodrigo Caio e fez um belo gol, diminuindo a vantagem do rival no placar.

Gol do Santos! Alison pega de primeira de fora da área, aos 33 dos 1º tempo

O Santos teve um um primeiro tempo para esquecer, com um esquema de jogo que não funcionou, as principais estrelas (Lucas Lima e Bruno Henrique) apagadas e muito espaço cedido ao rival, que aproveitou.

No retorno do intervalo, Levir manteve o mesmo time – e, consequentemente, o mesmo esquema – em campo. Nos 15 minutos iniciais da etapa complementar, o cenário foi o mesmo:

Dificuldade para sair jogando, por conta da distância dos volantes para a linha defensiva;

Muitos passes errados no meio de campo;

São Paulo pressionando a saída de bola e mais bem povoado em campo, levando a melhor nos rebotes;

Trio ofensivo do Peixe nulo, com muito trabalho para criar chances de gol.

Aos 16, Levir fez a primeira alteração no Santos: sacou Matheus Jesus, que já tinha amarelo (e está suspenso para a próxima partida, contra o Galo), e colocou Kayke, centroavante, aberto pela direita, voltando ao tradicional 4-3-3.

A troca não surtiu efeito. Pior: deu ainda mais espaços para o São Paulo criar. Como a derrota obviamente não interessava ao Peixe, Levir foi para o tudo ou nada. Tirou Alison e Lucas Lima promoveu a entrada de Serginho e Copete. Se iniciou a partida com três volantes, o Alvinegro terminou o duelo com apenas um: Renato.

Santos terminou o clássico com cinco jogadores de ataque (Foto: GloboEsporte.com)

A tarde, porém, não era do Peixe. Nada que o time tentava dava certo. Mesmo com cinco jogadores de ataque, o Santos não pressionou o São Paulo e amargou a sexta derrota no Brasileirão.

O que vem por aí

Na terceira colocação e com a distância para o líder Corinthians (seis pontos), mantida, o Santos recebe o Atlético-MG, às 17h (de Brasília), na Vila Belmiro, na próxima rodada do Brasileirão, daqui a exatamente uma semana. O Peixe ainda pode cair para a quarta posição caso o Grêmio vença o Avaí, neste domingo, na Ressacada.