sexta-feira, 2 de maio de 2014

Dirigente confia na força do Santos: 'Com esse elenco brigamos em cima'

André Zanotta, superintendente de esportes do Peixe, mostra confiança no elenco alvinegro, fala sobre a chegada de novos jogadores, volta de ídolos e renovações de contratos

A perda do título paulista na final para o Ituano e o início ruim no Brasileirão não alteraram a análise da diretoria santista sobre o atual elenco. E ela segue sendo bastante otimista. Embora diga que o clube vai atrás de reforços, o superintendente de esportes do Peixe, André Zanotta, faz uma análise positiva do grupo alvinegro e acredita que é possível sonhar grande neste ano com os atuais jogadores.

Contudo, apesar do tom otimista, ele sabe que terá dificuldades, principalmente por conta dos problemas financeiros do clube. Zanotta reconhece, por exemplo, que é difícil sonhar com as contratações dos zagueiros Dória e Manoel, que estão na mira do clube, sem o apoio do parceiro Doyen Sports.

Em entrevista por telefone ao LANCE!Net, o homem forte do futebol santista falou sobre diversos assuntos, sobretudo a montagem do time para o segundo semestre. Prometeu poucos reforços, mas atletas de qualidade. Falou também sobre o possível retorno do volante Renato e do meia Diego, da renovação de contrato de alguns jogadores e também sobre a aposentadoria de Léo. Apesar do ídolo resistir, Zanotta quer uma festa de despedida a ele.

Confira abaixo:

A avaliação da diretoria em relação ao elenco mudou depois da perda do título paulista e deste início ruim no Brasileirão?
Não, de jeito nenhum. A gente sabe o potencial que tem o elenco e as carências dele também. É normal a oscilação dentro de uma temporada de um clube de futebol. Começamos bem e, desde a final do Paulista, o rendimento caiu. Mas isso não nos faz desacreditar nesse grupo.

Pelo que esse time briga? Dá para sonhar com coisas grandes?
Sim, com certeza. A gente acredita que, com esse elenco, dá para brigar lá no bolo de cima do Brasileiro.

Sem reforços, você diz?
Sim, com esse elenco. É claro que se vierem reforços, vai melhorar.

Quais posições a diretoria entende que precisa reforçar?
Discutimos isso internamente, prefiro não falar mais ou menos posições, estamos atentos às oportunidades do mercado. Se tiver oportunidade de trazer, vamos reforçar.

O fato de o Oswaldo vir improvisando jogadores na armação mostra que essa é a principal posição que carece de reforços?
Não tem principal ou única necessidade, estamos discutindo reforços para ajudar o time a crescer ainda mais. Não especificamente meio ou ataque. A gente já sabe o que o Oswaldo quer. Vale lembrar que para o meio a gente trouxe um atleta no começo da temporada, o Lucas Lima, que tem muito potencial. 

A contratação do Lucas Lima, então, quer dizer que vocês não vão buscar mais meias?
Não inviabiliza nada. Pode ser que a gente traga para o meio também. Mas não falo em posições.

O Santos tem falado muito sobre reforços para a zaga, mesmo após a chegada do Bruno Uvini. Por que isso, já que os titulares Edu Dracena e Gustavo Henrique devem voltar de lesão após a Copa do Mundo?
É claro que contamos com os dois o mais rápido possível, mas a gente sabe que recuperação de ligamento não é fácil e pode demorar. 

Muito se fala de Dória e Manoel, do Botafogo e do Atlético-PR, respectivamente. Sem o Doyen, é possível contratar algum deles?
Muito difícil. Mas é importante ressaltar que esses nomes estão sendo especulados porque um (Manoel) está encostado e o outro (Dória) trabalhou com o Oswaldo. Como o Santos precisa de zagueiro, acabam associando esses nomes ao clube. Isso não quer dizer que estamos negociando algo com algum deles.

O Zinho afirmou que o Santos procura apenas reforços “tops”, e o Oswaldo reforçou isso. Como buscar atletas de alto nível sem recursos? O clube só vai contratar com ajuda de investidores?
A gente pensa em bons jogadores para reforçar elenco, mas os valores do mercado do futebol são altos. Se pudermos contar com a ajuda de investidor, vamos fazer de tudo para que isso aconteça. Se não, vamos nos adaptar às condições. A gente quer bons jogadores, que venham para nos ajudar, independentemente se são considerados “tops” ou não.

Por falar em investidores, o Nelio Lucas, principal executivo do Doyen Sports, disse que o pedido de financiamento da compra do Leandro Damião aconteceu logo depois da assinatura de um “contrato de cooperação”. Que contrato é esse?
Não existe um contrato de parceria global, como houve em outros clubes brasileiros no passado, por exemplo. O que existe é que para cada jogador comprado em conjunto com o Doyen nós fazemos um contrato regulando essa par

Existe a possibilidade de o Doyen participar da renovação de contrato de algum jogador, pagando luvas?
Não, isso está descartado.

Um dos jogadores que ainda não renovou seu contrato é o Victor Andrade, que tem vínculo só até o fim do ano. Pelos valores, é possível dizer que a situação dele é tão complicada quanto a do Neilton?
Primeiro há que se esclarecer que a saída do Neilton já está definida, não houve acerto e ele sairá. Sobre o Victor, temos conversado com o Nelson (Andrade, pai e empresário do jogador). A negociação continua, embora haja diferenças significativas dos valores pedidos e propostos. Vamos ver até onde isso chega. 

O Santos já foi notificado sobre alguma oferta da Europa para ele?
É normal isso, pois o jogador já está no período e, que pode assinar pré-contrato (o vínculo dele vai até o fim de setembro). Então, se chegou, foi diretamente para ele, não para nós.

A negociação ainda é para a renovar ou já se discute a possibilidade de o Santos ser ressarcido para liberá-lo antes do fim do contrato?
Ainda falamos em renovar.

Outra renovação pendente é a do zagueiro Neto, que tem contrato até dezembro. Alguma definição?
Já teve uma reunião com os empresários dele, para definir se havia interesse do Santos e o dele em permanecer. O desejo de ficar é mútuo, então estamos discutindo. Ainda é cedo, não definimos o tempo de renovação e outras questões.

Você evita falar em nomes, mas queria que comentasse sobre o interesse no Renato, do Botafogo.
Estamos discutindo. Ele tem uma identidade grande com o Santos, e é interessante termos jogadores assim. Mas, ele precisa se encaixar no que a comissão quer e precisa.

Sempre se comenta sobre a volta do Diego. É um sonho impossível?
O Santos sempre vai ter interesse. Se tiver oportunidade, a gente gostaria de trazer, mas sabe que é caro por ser um jogador de altíssimo nível.

No começo do ano, foi dito que ele só não veio pois tinha oferta da Europa. Se ele não tiver interesse de clubes de fora no meio do ano, o que é improvável, será possível, então?
A gente vai trazer jogadores que a gente tem condição de pagar. Se trouxer o Diego, é porque pode.

Mas o Santos já sabe quanto ele quer ganhar. É possível ou não?
Melhor perguntar ao Odílio (Rodrigues, presidente do Peixe).

Está confirmado que o Léo não terá uma partida de despedida?
Eu quero muito conversar com o Léo, sentar com o pessoal do Marketing e e pensar nisso. Ele merece todas as homenagens possíveis, deixamos isso claro a ele, ficou de pensar e conversar com a gente depois.

Lancenet

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