quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Oswaldo evita euforia, cita trauma de 2005 e pede tempo para "cara definitiva"


Oswaldo de Oliveira não se empolga. O treinador fez questão de lembrar mais uma vez da passagem interrompida em 2005, com menos de três meses de trabalho, após a goleada do Santos por 5 a 1 contra o rival Corinthians, na quarta-feira, na Vila Belmiro, pela quarta rodada do Campeonato Paulista. A razão de comemorar pouco o resultado empolgante é que o início daquele ciclo também foi marcado por vitória convincente diante do rival, 3 a 0 na ocasião, e leva o comandante santista a pedir por tempo para dar a "cara definitiva" ao novo Santos.

"É difícil administrar uma situação dessas. Queria lembrar a vocês que, em 2005, o Santos ganhou aqui do Corinthians por 3 a 0 e não durei nem três meses no cargo. Estou com os pés no chão, sei onde estou pisando e o que fazer. Foi uma vitória como essa, eram dois timaços e o Santos venceu por 3 a 0. Conheço em os dois lados, sei o que se passa, então mantenho a minha seriedade e os pés no chão", disse.

Na ocasião, Oswaldo venceu o mesmo Corinthians pela sexta rodada do Estadual, em jogo em que o atacante Robinho participou de todos os gols, marcando dois.

Logo em sua apresentação, o treinador pediu que esquecessem a sua passagem fracassada pelo clube para não ter comprometido precocemente o atual trabalho. Oswaldo justificou que foi demitido pelo ex-presidente Marcelo Teixeira após apenas três derrotas em 16 jogos, sendo uma em um clássico diante do Palmeiras e outra atuando na altitude boliviana.

A nova postura do treinador surpreende. Mais enérgico, envolveu-se em respostas diretas à provocações das arquibancadas com gestos obscenos, diante de Grêmio Osasco Audax e Ituano. Respondeu mais recentemente, após a última das provocações, que se for agredido "vai ter volta" e que "o couro come".

Desde a chegada ao Santos, no último dia 8, tem concentrado o grupo sempre que possível, trabalha arduamente em dois períodos em treinos que chamam a atenção pelas insistentes orientações para tentar arrumar uma desfalcada equipe e demonstra o jeito mais enérgico. Os efeitos mais sensíveis são as contantes participações dos laterais, a movimentação e, principalmente, a ascensão de jovens jogadores como os atacantes Gabriel Barbosa e Geuvânio, que ganharam confiança. Só no clássico, seis da base atuaram, quatro como titulares.

"É muito difícil estabelecer (quando terá a sua cara). Estou conhecendo o time, ainda, tem muita coisa, o entusiasmo sobra, mas a gente tem que ver tudo com muito equilíbrio, tem muita coisa para ser aproveitada. Como temos muita coisa para fazer, ainda não vislumbro. É difícil precisar tempo de quando vamos encaixar. Do terceiro para o quarto mês a equipe começa a ganhar mais a sua cara definitiva porque o jogador exercita e aplica no jogo com adversários diferentes. Acho que mais três ou quatro meses e a coisa vai andar bem", argumentou.

Santos e Oswaldo ainda esperam por Leandro Damião, que deve ter a sua documentação liberada pelo Internacional para estrear já neste sábado, diante do Botafogo-SP. Além disso, o técnico também ganhou os reforços do meia Lucas Lima e o atacante Rildo, mas ambos sequer foram anunciados oficialmente.

Terra

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