Léo e Edu Dracena, dois dos líderes do Santos, foram envoltos pela crise política do clube. O lateral tem a simpatia de conselheiros da oposição, que pintam o capitão como um dos responsáveis pelos maus resultados. Para defender o zagueiro, situacionistas, incluindo membros da atual gestão, disparam contra o lateral.
Um jogador santista, que pediu para não ser identificado, disse que os dois não se gostam, mas não brigam, não discutem e que a situação não prejudica o time em campo.
Na opinião do grupo que apoia Léo, Dracena tem falhado seguidamente, não é visto como líder pelos colegas, principalmente os mais novos, e é ligado demais à diretoria. O pecado mortal para seus críticos foi ajudar o clube a conseguir o patrocínio da Corr Plastik. Renato, irmão do zagueiro, apresentou a empresa aos dirigentes. Assim, para a turma defensora de Léo, o capitão ficou acima do bem e do mal na Vila Belmiro.
Já a ala simpática a Edu diz que Léo é um líder negativo, não aceita sair do time, tira espaço do reforço Mena e do jovem Emerson, tido como promissor. Também é considerado responsável por boa parte dos gols sofridos pelo time. E, se Edu é visto como homem da diretoria, Léo é descrito como jogador ligado às torcidas organizadas, principalmente à Torcida Jovem.
Essa é uma das diferenças entre ambos. Léo não se incomoda em atender membros das uniformizadas, enquanto Dracena até conversa, mas não admite torcedor pressionado atletas no CT, segundo um de seus interlocutores.
Ilustra o conflito em volta dos dois líderes uma conversa que Léo teve com membros de uniformizadas. Eles relataram ao veterano críticas supostamente feitas por dois membros do Comitê de Gestão do Santos a Léo e também a Elano, que já não estava mais no time. O lateral se irritou com a história, que chegou aos ouvidos de Elano.
Fonte com trânsito na diretoria rascunha Léo como um jogador obcecado em conseguir mais um ano de contrato, sem admitir a possibilidade de se aposentar ao final da temporada.
Por sua vez, os defensores de Léo afirmam que, se isso fosse verdade, ele não faria contratos de apenas um ano com o clube e com uma cláusula de produtividade. Se não jogar, ele recebe menos. Os contratos anuais também servem para cutucar Dracena. Em julho de 2012, o zagueiro renovou por três anos, quase que simultaneamente à decisão dos médicos de operarem seu joelho.
Para pontuar as críticas de que alguns jovens do elenco olham atravessado para o capitão, um desafeto do beque, sob a condição de anonimato, citou o fato de Edu ter impedido Gabriel, o “Gabigol”, de bater um pênalti no empate de 1 a 1 com o Grêmio. Isso teria deixado a molecada descontente.
Pessoa com trânsito no vestiário santista afirmou ao blog que no dia seguinte ao lance do pênalti Dracena procurou o pai de Gabriel, Valdemir, para se explicar e disse: “Quem tinha que bater o pênalti era o Willian José, que chegou para ganhar mais de 100 mil por mês, não um garoto que fazia a sua estreia na Vila, e que, se perdesse o pênalti, poderia ter o mundo caindo nas costas. Ele vai conquistar o direito de bater pênaltis naturalmente, jogo a jogo”.
A defesa de cada atleta diz que o seu preferido se expõe sozinho para falar com a imprensa nos momentos críticos. Recentemente, Dracena deu uma coletiva ao lado do vice Odílio Rodrigues para falar das consequências da goleada diante do Barcelona. Partiram, então, críticas de que ele gosta da presença de dirigentes ao seu lado quando tem que se pronunciar em momentos tensos.
Segundo a direção, no entanto, foi ele quem pediu para dar aquela entrevista e sem pedir a companhia de Odílio.
Defensor do capitão que também preferiu não se identificar, rebate afirmando que Léo dá declarações desastradas como quando provocou os corintianos dizendo que torciam por um time de rodoviária, após tumultos no aeroporto de Cumbica.
Se no clube há quem diga que Léo é perseguido pela diretoria por já ter declarado que pretende assumir um cargo de comando no Santos ao final da carreira, também existe quem afirme que ele foi protegido pelo presidente. Léo teria decidido encerrar a carreira no ano passado e mudado de ideia. Ganhou um novo contrato de seis meses, mas teria batido na porta de Laor para pedir um compromisso até o final de 2013. O presidente atendeu o lateral, contrariando outros membros do Comitê de Gestão.
O blog enviou por e-mail perguntas sobre o assunto para os assessores de imprensa que cuidam de Léo e Dracena. Mas os dois jogadores preferiram não devolver as mensagens com as respostas.
Antes de escrever este post, o blog conversou com sete pessoas que vivem os bastidores da Vila Belmiro. Nenhuma delas relatou ter presenciado um confronto direto entre Léo e Dracena. Porém, o conteúdo dos depoimentos deixa transparecer um ambiente carregado no vestiário santista. Propício para que crises como a atual se alastrem.
Perrone/Uol
Um comentário:
Sei que esta diretoria deu um caída enorme, mas tem que ir até o fim que está próximo.
A coisa que mais atrapalha no clube é a política. A crise no Palmeiras começou assim. Isso é muito pequeno!
Adivinha quem está manipulando e rindo lá da escolinha do Boqueirão.
Voltar com ele jamais! O passado foi pior do que o presente. Abraço
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