sábado, 3 de novembro de 2012

Neymar dá espetáculo e tem nome gritado pela torcida rival na goleada do Santos sobre Cruzeiro

Sem ambições no Brasileiro, a expectativa criada para o jogo Cruzeiro e Santos, na noite deste sábado, na Arena Independência, foi construída em torno de um duelo entre Montillo e Neymar, craques dos dois times. O meia argentino teve atuação discreta. A estrela santista, no entanto, fez sua parte com sobra, deu espetáculo e marcou três gols na goleada, por 4 a 0, e como recompensa foi reverenciado pelos castigados torcedores celestes, que gritaram seu nome.

“Estou muito emocionado, dá até vontade de chorar, o que a torcida do Cruzeiro fez aqui para mim vou levar pela vida, hoje eu considero o Cruzeiro a segunda casa. A todos os Cruzeirenses obrigados pelo carinho”, afirmou Neymar, após o jogo. E os tentos marcados diante do goleiro Fábio levaram Neymar a superar Kléber Pereira, como o segundo maior artilheiro santista na história dos Brasileiros, com 52 gols. “Fico feliz, é mais uma meta alcançada, mas o que procurou é ajudar a equipe”, minimizou Neymar. Ao ser indagado que o primeiro colocado é Pelé, o jovem santista, abriu um sorriso e disparou: “Pelé não tem como”.

Depois de três jogos sem triunfo no Brasileiro, o Santos mostrou vontade, desde o início da partida. O Cruzeiro também. Mas ao time anfitrião faltou futebol. Montillo não se achou em campo, mas, o grave foram os muitos erros individuais, especialmente dos zagueiros Matheus e Rafael Donato. E o reencontro da equipe celeste com a torcida belo-horizontina, no Independência, depois de cumprir perda de mando de quatro jogos no Melão, em Varginha, não foi o que os celestes esperavam. Tanto que a partir do segundo gol santista, aos 36 min do 1º tempo, os cruzeirenses aumentaram a intensidade das vaias.

Elas começaram antes, destinadas especialmente aos volantes Charles e Sandro Silva, dois dos três marcadores escalados por Celso Roth no meio-campo celeste. Depois do segundo gol de Neymar, que aproveitou incrível falha do zagueiro Matheus, as críticas foram generalizadas e atingiram também ao técnico Celso Roth. O desentendimento em campo era evidente, tanto que Montillo e Sandro Silva discutiram aos gritos.

O primeiro tempo até que havia começado equilibrado, situação que durou pouco. Logo aos 11 min, Neymar abriu o marcador, em um lance em que os cruzeirenses reclamaram de uma inversão de um lateral, que seria favorável ao time da casa. A arbitragem deu para o Santos, Arouca fez a jogada pela direita e cruzou para o camisa 11 colocar a bola nas redes. O Cruzeiro até que tentou chegar ao empate, mas não teve forças.

Pior. Depois de desperdiçar chances incríveis, com Arouca e Neymar, o time de Muricy Ramalho fez o segundo e a partir daí a equipe celeste não se encontrou em campo. “Temos de esquecer o primeiro tempo e começar tudo de novo”, disse Fabinho, pouco antes do recomeço da partida. O atacante foi colocado por Celso Roth na vaga do volante Sandro Silva. “A única coisa que a torcida não vaie. Não adianta vaiar”, afirmou Charles. Ele não foi ouvido. Sobraram vaias na etapa final, diante do show de Neymar e companhia.

Se o primeiro tempo celeste foi para ser esquecido, o do Santos foi para ser valorizado. “Nosso primeiro tempo foi maravilhoso, espero continuar forte no segundo, para a gente sair com a vitória”, comentou Neymar. E logo no início da etapa final, o astro santista quase fez o terceiro, após falha de Rafael Donato e parou em outra boa defesa de Fábio. Aos 8 min, Neymar não fez o gol, mas a linda jogada e a assistência para Felipe Anderson.

Enquanto a torcida cruzeirense, que compareceu em bom número, na expectativa de ver uma "partida digna' do seu time, como apregoaram os jogadores da equipe, durante a semana, perdia a paciência e vaiava com força, os jogadores em campo tentavam equilibrar as ações. A entrada de Willian Magrão na vaga de Rafael Donato, protegendo a zaga que passou a ser formada por Matheus e Leandro Guerreiro, tranquilizou um pouco a situação defensiva.

O Santos também colaborou para isso, ao diminuir o ritmo. E o Cruzeiro até que teve chances para marcar gols. Rafael fez sua parte quando exigido, a trave salvou um chute de Anselmo Ramon e Galhardo evitou outro em cima da linha. Os gritos de "burro" cresceram de volume quando Celso Roth tirou Martinuccio para a entrada de Wellington Paulista.

O Cruzeiro se esforçava, enquanto o Santos administrava o resultado, que o levou aos 46 pontos, três a mais que o Cruzeiro. Mas com Neymar em campo há sempre a possibilidade de mais e ele fez o seu terceiro, aos 37 min. Foi reverenciado pelos torcedores do Cruzeiro, que gritaram o seu nome e, depois, eles pediram em coro a saída de Celso Roth. Com três derrotas consecutivas, o time celeste permanece com 43 pontos, caiu para a 10ª posição.

Uol Esporte

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