quinta-feira, 15 de março de 2012

De virada, Santos bate Juan Aurich no Peru e é vice-líder do Grupo 1


Peixe soma agora seis pontos, o mesmo que Inter e The Strongest, ficando atrás do Colorado, mas muito à frente dos bolivianos no saldo de gols

Gramado sintético, vento desfavorável e estádio com torcida contra. Tudo que foi falado e poderia prejudicar o Santos chegou a atrapalhar no início, mas a qualidade técnica do Peixe superou e muito a do Juan Aurich, do Peru. Depois de levar um susto no início, o Alvinegro controlou a partida, virou o jogo e venceu o Ciclón por 3 a 1, no Estádio Elías Aguirre, em Chiclayo, com ótima atuação de Paulo Henrique Ganso.

A vitória serviu para o centroavante Borges acabar com uma seca de seis partidas sem marcar e deixar o Grupo 1 embolado com três times com seis pontos - o Inter lidera pelo saldo de gols, o Peixe vem em seguida e o The Strongest, bem atrás pelo saldo de gols.

Após o apito final, jornalistas peruanos invadiram o campo para tentar agarrar Neymar. Os meio-campistas Ganso e Ibson tiveram de agir como "seguranças", formando um cordão para que o atacante pudesse se dirigir ao vestiário.

O próximo jogo do Santos na Libertadores é contra o próprio Juan Aurich, quinta-feira, no Pacaembu. Pelo Paulistão, o Peixe encara o São Paulo, domingo, no Morumbi. É possível que alguns titulares sejam poupados do clássico.

Aurich sai na frente, mas Peixe vira

A grama sintética e o vento de Chiclayo pareciam atordoar o Santos nos 15 minutos iniciais contra o Juan Aurich. Aproveitando-se destes fatores, o "Ciclón" abusava das finalizações de fora da área, obrigando Rafael a praticar boas defesas.

Desacostumado com o local, o Peixe sofreu com a pressão. Valencia, de falta, e o panamenho Luis Tejada ameaçaram duas vezes de longa distância. Além deste recurso, o Aurich também explorava os espaços pelas laterais, abertos por Juan e o uruguaio Fucile. Por várias vezes a equipe peruana conseguiu chegar ao fundo e cruzar com perigo para a área santista.

Em uma destas jogadas, o Juan Aurich abriu o placar. O volante Khan apareceu nas costas de Fucile, chegou ao fundo e cruzou na direção de Luis Tejada. O panamenho se livrou da marcação de Durval, girou bonito e soltou uma bomba de direita, indefensável para Rafael, aos 14 minutos.
Àquela altura, o Alvinegro só havia ameaçado em faltas com Neymar e lampejos do camisa 11 em tabelas com Paulo Henrique Ganso, até o momento o mais sóbrio do time.

Quando o Aurich pressionava e o Santos vivia péssimo momento no jogo, veio o surpreendente e providencial empate. E numa jogada de sorte. Usando o mesmo recurso do rival, Juan subiu pela esquerda para cruzar na direção de Borges. O camisa 9, porém, não conseguiu alcançar a bola e a zaga também não cortou, deixando espaço para Fucile aparecer livre pela direita e finalizar de esquerda para a rede.

Na saída de bola do Aurich, prenúncio do que viria logo em seguida, três minutos mais tarde do empate: o Peixe roubou a bola rapidamente, Neymar arrancou pela esquerda e deu ótimo passe para Borges, que não dominou. Em seguida, o craque novamente apareceu pelo mesmo lado e foi derrubado. Na falta, o camisa 11 se posicionou ao lado de Ganso para bater, como já havia feito três vezes, mas enganou o goleiro Penny, que se enrolou todo ao tentar defender o chute perfeito do camisa 10 em seu ângulo direito: 2 a 1 Peixe.

Santos fica à vontade, e Borges acaba com seca

O golaço de falta de Ganso, já aos 39 minutos do primeiro tempo, caiu como um verdadeiro balde d'água fria para o Aurich e os torcedores, que sentiram o golpe. Tanto que o panorama do começo da etapa inicial se inverteu completamente no segundo tempo.

Já mais acostumado ao gramado sintético, o Santos cresceu e ficou à vontade. Tão à vontade que Neymar e Paulo Henrique Ganso começaram a abusar das jogadas de efeito. Teve toque de letra, chapéu, dribles desconcertantes e até duas tentativas de gols "a lá" Pelé, por parte do camisa 10, arriscando do meio de campo.

O que já estava bom para o Alvinegro ficou ainda melhor logo aos 12 minutos, quando o zagueiro e capitão do Ciclón, Guadalupe, parou contra-ataque puxado por Arouca com falta feia e foi expulso, com dois cartões amarelos. Em seguida, foi a vez de um membro da comissão técnica do Aurich, também expulso, por reclamação.

O terceiro e matador gol do Peixe era apenas questão de tempo. Passados 23 minutos da etapa final, ele veio. E em mais um bela jogada com a participação de Ganso. Com visão de jogo apurada, o meia enfiou para Borges, que ficou livre na cara do goleiro Penny e bateu cruzado, para definir o placar.

Dali em diante, o Peixe apenas esperou o tempo passar e ainda teve mais chances para ampliar - e se fizesse mais dois gols, o Santos passaria o Inter no saldo. Neymar fez grande jogada pela esquerda e soltou o pé, mas a bola explodiu no travessão. Rafael chegou a dar um susto na torcida, ao soltar bola aérea fácil, mas os peruanos não aproveitaram.

Atrás no placar, os jogadores do Juan Aurich se irritaram e passaram a abusar mais das faltas. Neymar e Juan foram os principais alvos. Mas nenhum dos jogadores chegou a se lesionar, como Muricy tanto temia.

Vitória convincente do Peixe, que deixa bem encaminhada a classificação para as oitavas.

Globoesporte.com

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