Muricy Ramalho leva uma rotina incomum para treinador de futebol de grande clube no país. Para acelerar a adaptação ao Santos, o técnico resolveu se hospedar com frequência no Hotel Recanto dos Alvinegros, localizado dentro do CT Rei Pelé, e deixar de lado a vida de cidadão paulistano. O contato com a família diminuiu, mas a ligação com os funcionários santistas foi intensificada.
A residência fixa no bairro do Morumbi, na zona oeste de São Paulo, é pouco explorada. É em um quarto do hotel santista que o treinador dorme de 3 a 4 dias da semana, modificando a rotina do ambiente.“Eu gosto de ficar no clube. Estou aqui só há três meses ainda e tenho que sentir o clima, conhecer funcionários, até estar totalmente adaptado”, disse Muricy.
Muricy explica que a opção não visa evitar a necessidade de realizar o trajeto São Paulo-Santos diariamente. Até porque, o treinador também tem uma residência em Guarujá, cidade vizinha a Santos, e mesmo assim não se utiliza dela como recurso para poupar tempo.
“Durante todo esse tempo que estou no Santos ainda nem passei pelo Guarujá. E como saio do CT bem tarde, o caminho até minha casa em São Paulo dura um pouco mais que uma hora, não tem trânsito. Acontece que realmente preciso ficar no clube. Essa é minha maneira de trabalhar”, destacou.Para evitar o ócio em determinados momentos, Muricy usa a academia do CT para se exercitar, assiste a programas televisivos e troca longos papos com os funcionários.“Ele é um sujeito regrado, dorme e acorda cedo para o café.
Essa fama de mal-humorado que tem, a gente nem entende por aqui, pois é de uma educação e companheirismo com os funcionários que impressiona. Conversa com todos, faxineiro, segurança, administrador, e é um amigo que fez daqui uma família também”, disse o gerente do CT Rei Pelé, William Correa.
Muricy costuma concentrar o elenco santista dois dias antes das partidas. Sem dividir o grupo em casados e solteiros, o treinador obriga todos a dormirem no hotel, e sempre participa das concentrações. Para ele, geralmente, ela se inicia um dia antes dos demais.“É diferente do Dorival (Júnior), Adilson (Batista), técnicos que passaram por aqui recentemente. Ele (Muricy) fica muito tempo no CT, cria laços com o pessoal aqui e trabalha bastante. A gente vê que ele passa horas assistindo vários jogos”, contou William.
No quarto individual de Muricy Ramalho no hotel santista, apenas um aparelho de DVD e uma cama de solteiro, em vez de duas, são as diferenças para os demais quartos do local. O hotel é cinco estrelas e passou a ser considerado a segunda casa de Muricy.
“É legal o convívio com as pessoas aqui (CT Rei Pelé). Esse também é meu ambiente de trabalho e, agora, local em que passo a maior parte da semana”, comentou o hóspede Muricy.
Uol Esporte
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