quinta-feira, 17 de março de 2011

Para baixar multa de Ganso, DIS não faz nem questão de aumento salarial


Grupo de investidores quer redução da multa rescisória para vender o meia o mais rápido possível. Diretoria não concorda e novela está longe do fim


A renovação do contrato de Paulo Henrique Ganso não está tão bem encaminhada como diretoria e jogador vêm alardeando. O principal motivo de discordância é o valor da rescisão contratual. O staff do meio-campista nem faz questão de brigar por um aumento salarial como o que teve o atacante Neymar no ano passado. A meta do grupo de investimento DIS é reduzir a multa rescisória de 50 milhões de euros para 35 milhões de euros e, assim, vendê-lo o mais rápido possível para o futebol europeu. A diretoria não concorda. Nenhuma das duas partes parece disposta a ceder.


- Mas por que diminuiríamos a multa? Não tem sentido. A gente não quer vender o Ganso! Diminui multa quem quer vender o jogador. A multa é um inibidor (para os clubes de fora) – comentou o presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, no desembarque em São Paulo após a viagem para Santiago, no Chile, onde o time foi derrotado por 3 a 2 na última quarta-feira em jogo válido pela terceira rodada da Taça Libertadores.


As negociações são com o irmão de Ganso, Julio Lima, o “Papito”, e representantes do Grupo DIS, que detém 45% dos direitos do meia – o clube tem 45% e o meia, 10%, mas essa divisão está sendo contestada na Justiça. O DIS quer a redução da multa rescisória por considerar que 50 milhões de euros é um valor que assusta até mesmo grandes clubes europeus, como Milan e Inter de Milão, que seriam dois dos interessados em Ganso.


A avaliação é de que, baixando esse valor para 35 milhões de euros, conseguiriam vender o jogador e obter o lucro que os investidores tanto esperam. Mas se a multa for mantida em 50 milhões de euros, não há negócio – Ganso permaneceria no Santos até 2015, quando termina o contrato em vigência, e ninguém lucraria com a venda.


A situação é tão curiosa que a posição do DIS é de aceitar que o salário do jogador seja mantido como está – quase três vezes menos do que recebe Neymar – contanto que a multa seja reduzida. Ganso teria sendo convencido de que é mais importante ganhar a “bolada” na negociação de seus direitos do que ter um aumento salarial para ficar onde está.


- A gente já apresentou várias propostas. A última, que já está com o Papito, foi fabulosa em termos de salário. Ele deve estar orgulhoso com o salário que estamos oferecendo – disse o presidente santista, confirmando que uma nova reunião está marcada para segunda-feira.


Cercado por jornalistas no desembarque da equipe no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, Ganso admitiu estar incomodado com a situação. Ele espera um desfecho em breve.


- Espero que acerte logo. Já demorou muito. Faltam alguns detalhes que podem ser discutidos, mas o mais importante é que todos saiam satisfeitos.

Globoesporte.com

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