Treinador se dividia entre Santos e Seleção Brasileira, e nova diretoria considerou que isso vinha atrapalhando o trabalho
Incompatibilidade. Esse foi o motivo alegado pela diretoria do Santos para demitir o técnico Kleiton Lima, que há 13 anos comandava o time de futebol feminino no clube e desde o ano passado estava também à frente da Seleção Brasileira.
O diretor do Departamento de Futebol Feminino do Peixe, Murilo Barletta, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira para explicar que a saída de Lima se deveu principalmente ao fato de o clube entender que não era possível para o técnico conciliar seu trabalho na Vila Belmiro e na CBF.
Barletta explicou que 2011 será cheio para a Seleção Brasileira e que o Santos prefere um técnico com foco exclusivo.
- O Kleiton está num momento movimentado. A Seleção terá o Mundial no primeiro semestre. Depois, haverá os Jogos Panamericanos, que talvez coincidam com a Taça Libertadores e vai ficar difícil conciliar. Até experimentamos um pouco essa maneira de trabalhar, mas optamos pela separação, pois observamos que é incompatível - afirmou.
Durante boa parte de 2009, Kleiton se dividiu entre Santos e Seleção e não houve prejuízo. O Peixe continuou soberano, conquistando o Paulista, a Copa do Brasil e a Taça Libertadores. Por isso, chegou a ser comentada a hipótese de a demissão ter sido motivada por política: Kleiton está bastante ligado à diretoria anterior, comandada por Marcelo Teixeira.
Desde que o novo grupo, encabeçado por Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, assumiu, no início deste ano, o clube foi bastante reformulado, exatamente para tentar apagar ou pelo menos diminuir os vestígios da administração anterior. Barletta, porém, garante que isso não pesou em sua decisão.
- Mudamos o sistema de gestão. No feminino, por exemplo, alterou bastante. Mas o Kleiton nunca deixou de ser ouvido e de tomar parte nas decisões. O que aconteceu foi apenas uma incompatibilidade com relação a seu trabalho na Seleção - acrescentou.
Saída de atletas não preocupa
O dirigente reconheceu que há o risco de jogadoras deixarem o clube, seguindo Kleiton para onde ele for. Foi o treinador quem descobriu a maioria das Sereias da Vila. No entanto, Barletta não se mostra preocupado. Nem no que se refere à Marta, que retornou ao clube neste ano também em função da amizade que tem com o técnico (em 2009, Kleiton Lima foi fundamental na negociação que trouxe a Rainha pela primeira vez ao Peixe).
- Conversei com as jogadoras e expliquei que elas têm de pensar grande. Hoje, elas estão no melhor time do Brasil, que dá condições para que atuem em alto nível. Se estão na Seleção é, muito provavelmente, porque são jogadoras do Santos. Com relação à Marta, ela é uma profissional, embora o futebol feminino no Brasil seja amador. Já jogou nos Estados Unidos, na Suécia, e joga com o técnico que o time tiver.
Kleiton Lima concederá uma entrevista coletiva ainda nesta terça-feira para falar sobre a sua saída.
Globoesporte.com
Foto: Adilson Barros
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