No Barradão, baianos fazem 4 a 2 sem maiores problemas. Sozinho, Paulo Henrique Ganso não consegue se destacar
Não teve o sabor de um título nacional, é claro. Mas o Vitória conseguiu um triunfo importante e simbólico neste domingo, diante do Santos. Apenas 11 dias depois de ter decidido - e perdido - a Copa do Brasil para o Peixe, o Leão usou as armas do rival na final da competição, apostou na velocidade, fez 4 a 2 dentro do Barradão e se afastou um pouco da zona de rebaixamento, terminando a 14ª rodada do Brasileirão em 14º, com 17 pontos.
Do "Quarteto Santástico", apenas Ganso esteve em campo. Robinho e André já deixaram o clube e Neymar se recupera de uma pancada na coxa direita. Com um futebol sem brilho e a derrota, o Peixe estaciona na tabela do campeonato com 18 pontos, na 11ª posição. A equipe reclamou demais da arbitragem de Sandro Meira Ricci, principalmente pelas expulsões de Edu Dracena e Marquinhos.
Inversão de papéis
Paulo Henrique Ganso já teve uma demonstração clara do quanto pode sofrer se Neymar for mesmo negociado com o Chelsea. Único homem criativo da equipe, ele teve de encarar marcação forte, quase sempre com dois jogadores do Vitória em cima. Sem a companhia de qualidade que está acostumado, o camisa 10 tentou se virar como pôde. Mas, com três volantes de pouca saída no meio de campo, a tarefa ficou difícil. Dorival preferiu escalar um time mais conservador por conta dos desfalques do próprio Neymar e de Wesley, que deve ir para o Werder Bremen, da Alemanha, e foi liberado pela diretoria.
Por outro lado, o Vitória utilizou a principal característica do Peixe no primeiro semestre e envolveu o time de Dorival Júnior com a velocidade. Toninho Cecílio demonstrou esse objetivo logo na escalação, ao colocar os rápidos Elkeson e Henrique no ataque, ao lado de Schwenck. O primeiro caindo pelo lado direito, o segundo mais pelo meio.
A grande movimentação do ataque rubro-negro confundiu a defesa santista. Assim surgiu o primeiro gol, aos 20 minutos. Elkeson, agora aberto pela esquerda, não encontrou resistência para cruzar e colocar a bola na cabeça de Henrique. Autêntico centroavante, o garoto revelado pelo São Paulo se antecipou à zaga e finalizou sem chances para Felipe.
Pelo alto veio o segundo, aos 25. Ramon cobrou falta, a zaga rebateu sem muita convicção e a bola voltou para a área. Wallace, em posição legal, dividiu com Felipe e finalizou sozinho, a centímetros da linha fatal. Os jogadores alvinegros reclamaram muito do lance, mas o árbitro Sandro Meira Ricci confirmou o gol, de forma correta. Um atleta do Peixe dava condições ao zagueiro do Vitória.
O Santos só esboçou reação quando Ganso ficou livre para pensar uma jogada. Na única vez em que Ricardo Conceição vacilou na marcação, o camisa 10 dominou a bola com calma e soltou a bomba de fora da área. Lee rebateu nos pés de Marcel, que diminuiu o placar para o time alvinegro: 2 a 1, aos 29 minutos.
Dorival tentou dar mais imaginação à equipe. Inverteu os laterais, colocando Maranhão na direita e Pará na esquerda. Mas se antes do gol Ganso era marcado por dois, depois do tento o meia já recebia a atenção de três, até quatro defensores. Mesmo assim, o Peixe tentava equilibrar o jogo.
Porém, outra característica forte do Santos foi vista na equipe rival: o contra-ataque fulminante. Bastou um erro simples de Danilo para o Vitória avançar com cinco jogadores, trocar passes na entrada da área e fazer o terceiro gol, aos 47 da primeira etapa. Eduardo cruzou e Henrique, desta vez na ponta esquerda, dominou, pensou e chutou no cantinho direito de Felipe. Edu Dracena, que marcava o atacante, nada pôde fazer.
Porém, outra característica forte do Santos foi vista na equipe rival: o contra-ataque fulminante. Bastou um erro simples de Danilo para o Vitória avançar com cinco jogadores, trocar passes na entrada da área e fazer o terceiro gol, aos 47 da primeira etapa. Eduardo cruzou e Henrique, desta vez na ponta esquerda, dominou, pensou e chutou no cantinho direito de Felipe. Edu Dracena, que marcava o atacante, nada pôde fazer.
Enfim, companhia
Ganso só conseguiu respirar no início do segundo tempo. Dorival soltou um pouco mais sua equipe ao lançar Marquinhos no lugar de Rodriguinho. Com dois meias de criação, o Peixe começou a retomar parte de seu estilo de jogo. Ainda sem a velocidade costumeira, é verdade, mas o time ao menos passou a levar vantagem sobre a defesa rival.
Prova disso foi a boa troca de passes promovida pelo meio de campo aos nove minutos, que culminou em uma bola na trave chutada por Maranhão. O Santos se empolgou e ganhou ainda mais movimentação com a entrada de Madson no lugar do trombador Marcel.
Por dez minutos, o Peixe voltou a mostrar o futebol que lhe rendeu o título da Copa do Brasil. Diminuiu a desvantagem aos 22, com lindo passe de Madson e finalização certeira de Zé Eduardo, no ângulo direito da meta de Lee. Com o futebol que vinha apresentando, o empate parecia questão de tempo.
Mas um pênalti infantil acabou com a reação santista pouco depois. Edu Dracena colocou a mão na bola dentro da área e, como já tinha amarelo, acabou expulso. Na cobrança, Schwenck enganou o goleiro e cobrou no meio do gol: 4 a 2 Vitória.
O torcedor rubro-negro passou a gritar "olé" quando faltavam 15 minutos para o fim. Marquinhos ainda foi expulso, para mais reclamação do Santos. O árbitro alegou que o meia esbravejou contra ele. Na saída do gramado, o jogador afirmou que reclamou apenas com Zé Eduardo.
Com o apito final, a festa foi digna de título. Pena, para o Vitória, que a comemoração não foi há 11 dias...
Globoesporte.com
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