segunda-feira, 7 de junho de 2010


Meus amigos, ficou muito mal explicada essa situação envolvendo Giovanni. Infelizmente, parece que o jogador está deixando o clube, mais uma vez, pela porta dos fundos. Segundo eu soube, os dirigentes até querem marcar uma despedida para G10, mas como ninguém tem sangue de barata, o último grande ídolo do Santos está prestes a fazer as malas e voltar para Belém do Pará.


Apesar da idade, de ter pego dengue e de não estar no ritmo da molecada, nas poucas vezes em que Giovanni esteve em campo na temporada de 2010 ficou claro que o cérebro do craque continuava rápido, antevendo jogadas. Deve ser duro para alguém como ele, que sabe o potencial que tem, ver certos companheiros em campo apenas por que correm mais.


De qualquer forma, independente da questão técnica, a situação de Giovanni poderia ter sido melhor conduzida, sem parar nas manchetes da imprensa como uma nova falta de respeito ao jogador.Espero que ainda exista a chance de entendimento e que a tal despedida aconteça, de forma digna. Mesmo eu achando que, para compor o grupo e jogar algumas vezes, Giovanni poderia permanecer até o final da temporada.


VALORES


Sou um cara chato, ranzinza mesmo. Tenho alguns valores que defendo e acho que isso deveria ser normal entre as pessoas.Não admito que zombem do Santos, que falem bobagens sobre o clube de Vila Belmiro. Pode ser quem for: coleguinha de imprensa, técnico ou jogador.


Outro dia, por exemplo, um corintiano que milita na mídia paulistana teve a cara de pau de dizer que os títulos conquistados pelo Santos nos anos 60 foram obra de esquemas de arbitragem. Se eu fosse membro da diretoria santista, chamaria o cara na Justiça para se explicar. Mas ninguém fez nada. Pior: uma semana depois, lá estava o Neymar sendo entrevistado.


Alguns santistas, infelizmente, têm o péssimo hábito de ouvirem as pessoas falarem barbaridades sobre clube e acharem normal. Comodamente, é melhor deixar pra lá.Muito bem. Disso isso tudo só para entrar num assunto chato, mas que se eu não falar não vou dormir direito. Paulo Henrique Ganso esteve nesta quinta-feira no Cartão Verde, da TV Cultura.


Perguntado pelo jornalista Vladir Lemos (companheiro de Jogo Aberto no jornal A Tribuna) se um dia, ao voltar da Europa, ele só jogaria no Santos, sabem qual foi a resposta? Que não. Que ele aceitaria jogar em qualquer clube.


Ganso pode até estar certo, olhando pela ótica do profissionalismo. Talvez o errado seja eu. Talvez eu esteja vendo coisa onde não existe, sei lá.Nem quero que isso se transforme em polêmica, meus caros, mas só tenho a dizer uma coisa: se Ganso não é santista de infância (como eram Alberto e Basílio), ele deveria, ao menos, demonstrar gratidão pela instituição que o transformou na celebridade que é.


Se o Santos não tivesse dado ouvidos à Giovanni, que o indicou, talvez Henrique (como era chamado em Belém), estivesse chutando uma bola aos finais de semana em algum campinho de bairro depois de trabalhar a semana inteira num supermercado, num escritório ou num comércio qualquer.Me dói o coração ouvir um rapaz que hoje é imitado por milhares de crianças alvinegras dar tamanho exemplo de ingratidão. Espero que Ganso, com o passar dos anos, mais maduro, não dê ao torcedor do Santos o desgosto de um dia vê-lo vestindo a camisa do Corinthians ou do São Paulo.


Agora, espero que os senhores que acompanhem este blog não pensem que estou fazendo campanha contra o Ganso, que é perseguição e tal. Até porque, não faz parte da minha linha de conduta perseguir ninguém.Hoje, pra mim, e pra qualquer um que entende de futebol, Ganso é o jogador mais importante do Santos. Mais que Robinho, mais que Neymar. Sei que o caminho para que ele se consagre na Europa será trilhado em pouco tempo.


Mas gostaria muito, como admirador de seu futebol, de ter a chance de assistir seu talento novamente em Vila Belmiro com a camisa 10 mais famosa da história do futebol.Pense, Paulo Henrique. Nós, torcedores do Santos, queremos seu bem, desejamos seu sucesso.


Você é o novo G10, o Ganso nota 10, o Ganso camisa 10. O mínimo que esperamos, além de uma simples troca de salário por futebol, é um pouco de gratidão.


Alex Frutuoso ( jornalista)

Nenhum comentário: