domingo, 29 de março de 2009

Fabão: 'Se precisar, saio de ambulância'

Zagueiro quer duas vitórias para classificar o Peixe para as semifinais

O sistema defensivo do Santos parece ter se encontrado nas mãos de Vagner Mancini. Com a confiança do comandante, Fabão tem reeditado as boas atuações dos tempos de São Paulo. Após passar 2008 praticamente inteiro na reserva, o zagueiro é um dos homens de confiança de Mancini.

Ao LANCENET! , por telefone, Fabão confidenciou que acreditar ter voltado a ser o beque de antes, de quem tanto se esperava. Para coroar o “retorno” e classificar o Peixe para as semifinais do Paulistão, ele promete fazer o que for preciso para que o time derrote Portuguesa e Ponte.

L!: Será frustrante, pelo trabalho que o Vagner Mancini vem realizando, se o time não conquistar a classificação no Estadual?
Pela grandeza do Santos, sim. O pensamento de todos no clube é de conquistar a classificação. Temos de encarar os dois próximos jogos como grandes finais.

L!: Neste momento, acha válido um retiro, uma preparação diferenciada visando esses jogos?
Acho que não tem essa necessidade. Joguei no Japão e na Europa, e não tinha concentração. Isso varia de cada jogador. A partir de amanhã (segunda-feira) já estou concentrado no jogo contra a Portuguesa. Você não precisa estar na concentração se estiver pensando no jogo a todo momento.

L!: O Mancini sempre fala que o time precisa suar sangue para ganhar. Contra a Lusa essa doação precisará ser ainda maior?
Se for preciso, temos de morrer em campo. Cara, vai ser um jogão! Temos de deixar tudo dentro de campo nesse jogo. Se precisar sair do jogo contra a Portuguesa na ambulância sairei. Precisamos vencer! Aí, jogaremos a nossa vida contra a Ponte Preta.

L!: Encarar a Ponte fora de casa será a tarefa mais difícil?
Serão dois jogos complicados. Primeiro temos de pensar na Portuguesa. Eu falo que não é para encararmos como uma final de Paulistão, e sim como um jogo tipo Mundial de Clubes. Temos de vencer de qualquer maneira!

L!: Com Vagner Mancini, o time sempre se recuperou na rodada seguinte de um resultado adverso. Isso motiva ainda mais?
Motiva mais, sim. Todos sabem que será uma decisão. E quando você sabe disso, a adrenalina sobe e você se concentra muito mais. Hoje (domingo) é nossa folga, mas todo mundo já está pensando na Portuguesa. Será difícil, mas vamos para cima e temos de ganhar.

L!: Como você classifica sua ascensão?
Tem sido peça fundamental nos últimos jogos...Às vezes, só quando um amigo ou um familiar chega até você e passa uma palavra de incentivo, já ajuda. O Mancini fez isso. Ele chegou e não falou que eu seria titular, mas disse que precisaria de mim. Disse também que quem estivesse melhor seria titular. Isso faz você se motivar ainda mais para ganhar espaço no time. Graças a Deus, consegui recuperar meu bom futebol e sou titular.

L!: Acha que já é o mesmo Fabão que brilhou pelo São Paulo?
Eu acho que já sou o mesmo, sim. Porém, estou trabalhando para ser melhor do que antes. Acho que ainda tenho o que evoluir. Procuro não jogar 100%, e sim 110% para ser um atleta diferenciado dentro de campo.

L!: Com os bons jogos que você tem feito, as críticas por conta de seu salário, feitas anteriormente, parecem ter desaparecido...
Se eu ganhasse o que falava, com dois ou três anos eu estaria aposentado e ia para a Bahia comer a minha feijoada, ficaria na rede tomando água de coco. Poucos sabem o que eu passei no Santos. Estava no Kashima Antlers-JAP e tinha um valor de luvas pare receber. O Santos se comprometeu a pagar esse valor. Resolvi ficar. Se eu ganhasse R$ 500 mil iria ajoelhado daqui até a Bahia. Os torcedores criaram uma expectativa grande por eu ser um atleta de nome. Hoje, creio que estou correspondendo.

L!: Antes dessa boa fase você esteve próximo de sair, não?
O Santos tentou me negociar, mas eu acabei ficando. Hoje posso falar a verdade: ser titular do Santos é muito bom, mas melhor ainda foi a postura do Mancini comigo. Agradeço a ele, pois estou voltando a ser o Fabão de antes. Ele foi muito legal e me passou confiança. Quero retribuir.

Lancepress!
Foto: Ivan Storti

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