quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ex-Santos, Stéfano Yuri recomeça na Tailândia e aconselha Kaio Jorge e Yuri Alberto

Stéfano Yuri comemora gol da classificação do Santos para a final do Campeonato Paulista de 2014 (Foto: Arquivo Pessoal)

Artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2014, Stéfano Yuri não conseguiu se firmar no elenco profissional do Santos. Sem vínculo com o Peixe desde 2018, o atacante “recomeçou” na Tailândia neste ano.

Aos 25 anos, o centroavante reforçou o Muangkan United nesta temporada após superar dois procedimentos cirúrgicos no joelho durante a passagem pelo São Caetano.

“Acabei recebendo algumas oportunidades em outros clubes, analisei todas e optei pela Tailândia. E fui muito feliz na escolha. A minha adaptação foi rápida e me receberam muito bem. Eles tratam muito bem a todos os estrangeiros. Somos quatro, eu e Ailton, além de um de Camarões e outro de Myanmar”, disse Stéfano, em entrevista à Gazeta Esportiva. 

“O futebol aqui é competitivo, muitos times bem estruturados. Dia de jogo o clima na minha cidade é outro, gostam muito. A torcida sempre comparece aos jogos em grande número”, completou o atacante.

O Menino da Vila falou sobre o impacto do coronavírus na Tailândia, a saída do Santos, aconselhou outros jovens formados na base do Peixe, entre outros assuntos. Veja abaixo. 

Como está a quarentena? Há previsão para a volta dos jogos na Tailândia?

“Por aqui está tudo paralisado devido à pandemia. Todos de quarentena. Um período difícil, mas necessário para que tudo isso acabe o mais rápido possível. Nos deram dois meses de férias, com retorno aos treinos marcados para julho e os campeonatos para setembro, que serão estendidos até maio de 2021. Essa foi a informação que recebemos”.

O povo tailandês respeita o isolamento social?

“Aqui na Tailândia eles entenderam a gravidade da situação. Em Kanchanaburi, que é a cidade onde estou, o pessoal está seguindo tudo o que foi pedido, tomando o devido cuidado. O país tem procurado deixar todos tranquilos”.

Tem acompanhado as notícias do Brasil? Está preocupado?

“Tenho acompanhado as notícias do Brasil, fico triste e preocupado com o aumento dos casos. Sempre vejo pessoas se solidarizando também. Creio que esse é o momento da gente se cuidar ao máximo e ajudar o próximo no que for possível. Fico na torcida e oração para que tudo volte à normalidade no mundo inteiro”.

Como foi a sua ida para a Tailândia?

“Tive um ano difícil no São Caetano, onde tive a infelicidade de sofrer uma lesão no joelho e que fui submetido a dois procedimentos cirúrgicos. Passei o tempo todo focado na minha recuperação. Porque meu desejo era recuperar bem, para quando surgisse algo, eu estar preparado. E no final deu tudo certo, graças a Deus”.

Stefano Yuri esteve no São Caetano antes de viajar para a Tailândia (Fabrício Cortinove)

Por que acha que as coisas não deram tão certo no profissional do Santos?

“Depois de dois títulos consecutivos da Copinha, artilheiro na última e sendo elogiado pelo técnico da seleção de base (Alexandre Gallo), tive a felicidade de subir para o profissional e estrear em um clássico contra o Corinthians na Vila Belmiro, onde ganhamos de 5 a 1. No meu primeiro ano no time principal comecei muito bem, entrando em jogos importantes, fazendo gol decisivo na semifinal do Estadual (contra a Penapolense). As coisas foram acontecendo rápidas demais pra mim. Lembro que logo após o Campeonato Paulista chegou uma nova comissão (de Enderson Moreira), e foi aí que acabei não dando sequência. Surgiu uma proposta da Série B (do Náutico) e, devido a poucas oportunidades, acabei saindo para ter mais minutos em campo. Creio que esse foi meu erro. Se fosse hoje, com certeza não sairia, eu era muito novo na época, faltou um pouco de paciência da minha parte.
Sou grato ao Santos por tudo, sempre acompanho e torço, porque foi um lugar onde fui muito feliz e deixei grandes amigos”.

Você falou sobre ter saído do Santos e da falta de oportunidades que pode ocorrer. Tem algum conselho para Kaio Jorge e Yuri Alberto, que vivem situação semelhante com a sua no passado?

“Os dois são promissores, têm tudo para continuar dando certo no Santos. O segredo está na preparação, ela que precede o desempenho. E os dois, além de muito bons no que fazem, estão sempre se preparando e buscando evoluir, que é o mais importante. Torço pelo sucesso de ambos. E que depois deles possam vir outros”.

Você ainda tem 25 anos, passou por muita coisa e ainda tem muito mais pela frente. Quais seus objetivos a curto, médio e longo prazo? O que te move e quais seus sonhos na profissão?

“Hoje meu desejo é fazer uma grande temporada, corresponder toda a confiança que o clube deposita em mim. Venho me dedicando ao máximo para conquistar o que almejo e estou muito confiante. O importante é continuar trabalhando, que o amanhã Deus proverá”.

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