quarta-feira, 11 de março de 2020

Veja o que Jesualdo espera de um "camisa 5" no Santos; técnico vê diferenças entre Jobson e Alison

Técnico português é um grande fã da função, a qual chama de "camisa 6" em seu país

Por Globoesporte.com

O técnico Jesualdo Ferreira chegou ao Santos no início de janeiro. Em pouco mais de dois meses, algumas características são evidentes: os atacantes mais fechados, os laterais mais abertos e, principalmente, um volante que sempre está à frente da linha defensiva para sair jogando.

Esse, o tradicional "camisa 5", já foi Alison, já foi Evandro... e agora é Jobson. O atual dono da posição tem agradado ao técnico Jesualdo Ferreira, um fã dessa função no futebol.

O técnico português explicou o que pensa do "camisa 6", como ele chama, mas no Brasil conhecido como "camisa 5": quer passes em profundidade, não para os lados, e técnica, não apenas marcação.

– O 6 é decisivo no meu sistema e em qualquer equipe. Sem desvalorizar as posições, há momentos que obrigam características no controle defensivo e na primeira saída da recuperação da bola. Vocês são muito novos... Lembram do Toninho Cerezo? Cerezo era um 6, mas um 6 com capacidade técnica tão alta que nem viam controle defensivo, cobertura e equilíbrio. Então para construir é preciso ter jogador com qualidade técnica para desfazer o nó onde há muito tráfego – disse Jesualdo.

Jesualdo Ferreira, técnico do Santos, durante o jogo contra o Delfín — Foto: Getty Images

Justamente pelas características citadas pelo treinador, Jobson ganhou espaço. Alison se machucou no clássico contra o Palmeiras. Diante do Defensa y Justicia, Evandro foi titular por ser técnico e ter qualidade no passe, mas Jobson entrou e fez o gol de empate na vitória por 2 a 1.

Na rodada seguinte, contra o Mirassol, já começou jogando.

– Não gosto de passes para trás, estamos numa fase de transição com pressa e podemos corrigir. O 6 é um jogador que poucos valorizam, valorizam extremos, avançados e laterais que atacam, mas esquecem que lateral precisa primeiro defender. Precisa ter psicológico forte. No sistema de um volante só, quando não jogam, percebemos a importância. E companheiros percebem. Difícil fazer bem a função – completou o treinador, que explicou a diferença entre Alison e Jobson:

– O Alison é um jogador bem diferente do Jobson, e eu pretendo que o Jobson possa vir a ser um 6 diferente, mas com importância grande pela qualidade. O primeiro jogador que alimenta o passe, que faz a primeira transição... O Alison é claramente mais físico, Jobson é menos físico, mesmo sendo alto e com grande passada. Sob o ponto de visto técnico, não é grande talento, mas eficácia de passar bem ele tem.

Diante do Delfín, na Vila Belmiro, Jobson começou bem. Acertou passes entre as linhas do adversário para furar o forte bloqueio defensivo. Errou, como Jesualdo acredita ser normal pela "ousadia", mas acertou mais e foi importante.

Ainda sem a sombra do capitão Alison, Jobson será titular novamente no clássico contra o São Paulo, sábado, às 19h, pelo Campeonato Paulista, no Morumbi.

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