Empresa acusa o Santos de fraude em assembleia (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Gazeta Press
A Redegol emitiu um comunicado nesta segunda-feira para acusar o Santos de fraude na assembleia geral entre os associados para votar o impeachment do presidente José Carlos Peres, no dia 29 de setembro. O Peixe teria pedido para “queimar arquivos” do histórico de pagamentos na secretaria social.
O Alvinegro nega a acusação e promete processar a empresa. Vale lembrar que há um litígio desde semana passada. A Redegol rompeu o vínculo abruptamente no dia 16. A Justiça exigiu a retomada dos serviços até o último domingo, sob pena de R$ 60 mil por dia – o que ainda não ocorreu. Veja as notas oficiais abaixo.
Nota da Redegol
“A Redegol, empresa que atuou por mais de um ano e meio como responsável pela instalação, operação de fornecimento de venda antecipada de ingressos e controle de bilheteria do Santos Futebol Clube, além da gestão do Programa Sócio Rei, decidiu pronunciar-se sobre o real motivo de ter retirado o site do programa de sócios santistas do ar. A empresa rescindiu contrato com o clube porque recebeu orientações que configuraram fraude durante o período de votação do impeachment do atual presidente, José Carlos Peres.
Para votar, o associado precisa seguir algumas regras; entre elas, estar adimplente. Alguns sócios inadimplentes, supostamente ligados à oposição da atual presidência, decidiram regularizar suas pendências às vésperas da votação. Ao identificar a quitação de mensalidades de cerca de 100 sócios em um único dia (número apurado até o momento), a Secretaria Social do Santos, por meio do sistema desenvolvido pela Redegol, efetuou o estorno destes pagamentos a fim de manter estes sócios impedidos de votar. Após a realização dos estornos, o Santos, por meio de seu gerente de T.I., solicitou à Redegol que apagasse o histórico da movimentação dos pagamentos e estornos do sistema, de modo que tais operações não pudessem ser identificadas ou rastreadas.
Outra solicitação feita pelo SFC à Redegol, dias antes da votação do impeachment, foi para que o sistema on line de emissão de segunda via de boletos das mensalidades fosse desligado, obrigando aqueles que pretendiam pagar seus débitos a o fazerem somente pessoalmente junto à Secretaria do Clube. O procedimento, além de dificultar a regularização dos débitos, deu ao Santos a possibilidade de selecionar quem poderia ou não pagar as mensalidades (em tese, privilegiando aqueles que votariam contra o impeachment). A Redegol, por meio de seu CAT (Cento de Atendimento ao Torcedor), chegou a receber algumas ligações de torcedores relatando que, mesmo tendo comparecido à secretaria do clube, não conseguiram a segunda via do boleto, porque foram informados pelas atendentes que o sistema estaria “fora do ar”.
“O estorno, com o objetivo de impedir esses sócios de votar, foi uma determinação vinda da superintendência do clube. O assunto se tornou motivo de boletim de ocorrência e causou revolta entre membros da torcida. Além da Redegol receber a ordem de bloquear o sistema dos sócios, dias depois também recebeu da mesma fonte a orientação de apagar do histórico do sistema, os vestígios desse ato ilícito”, informou o Diretor de Tecnologia da Redegol. A solicitação foi feita por e-mail e as provas serão oportunamente apresentadas às autoridades.
O advogado da Redegol, Julio Carvalho Oliveira, afirma que a conduta adotada pelo SFC fere o princípio da boa-fé objetiva, que rege as relações contratuais segundo nossa legislação, uma vez que o sistema é apartidário e não visa favorecer uma gestão em especial, mas sim prestar serviços com ética e excelência aos torcedores associados. Também ressaltou que a atitude colocou a segurança e a idoneidade da Redegol em risco, já que a empresa era responsável pela confiabilidade e a inviolabilidade dos dados que tinha sob sua tutela, o que tornou impossível a continuidade da relação com o Santos e fundamentou a rescisão motivada do contrato por parte da Redegol”.
Resposta do Santos
“As medidas tomadas foram acauteladoras, com base em evidências de fraude cometidas por pessoas interessadas no êxito do impeachment. Todo assunto relativo a este tema já foi relatado e está em trâmite no procedimento investigatório que circula na Polícia Civil. No mais, se a Redegol considerou como um ilícito, por que supostamente o praticou? Por que não rescindiu de imediato o contrato? Por que queria uma garantia de 12 meses de permanência do contrato de gestão de sócios, via proposta encaminhada ao Santos FC, um dia antes da carta de rescisão?
A manifestação da Redegol é oportunista, desacreditada e com toque de desespero. No mais, por qualquer viés que se enxergue, o pleito no Santos FC está protegido de qualquer suspeita. Nenhum sócio se viu impedido de exercer seu voto.
A Redegol deveria se preocupar em acatar a decisão judicial proferida na quinta-feira (18) em seu desfavor e que determina o imediato restabelecimento dos serviços de gestão de sócios do Clube. Por fim, O Santos FC informa que irá processar a Redegol por danos morais”.
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