Vice-presidente do Santos reprova contratação de Zé Ricardo

Zé Ricardo ainda nem foi oficializado como novo técnico do Santos, mas já dividiu a diretoria. Em entrevista exclusiva ao Blog, o vice-presidente do Peixe, Orlando Rollo, se mostrou radicalmente contra a chegada do ex-comandante de Flamengo e Vasco.

“Não é um bom momento para apostas como o Zé Ricardo, com todo o respeito ao profissional que ele é”, avalia Rollo, eleito junto do presidente José Carlos Peres em dezembro passado. “Precisamos de um técnico que tenha perfil disciplinador e ao mesmo tempo agregador, com histórico de títulos”, acrescenta.

A palavra do vice-presidente pode ganhar ainda mais peso levando em consideração que é ele quem acompanha o time em todas as viagens. Peres costuma comparecer apenas nos jogos como mandante.

E Rollo não é o único insatisfeito com a chance grande de acerto com Zé Ricardo. Diversos conselheiros e torcedores defendem a ideia de um treinador com mais peso. O preferido de Peres tem apenas dois anos de experiência em times profissionais e conquistou um único título, do Campeonato Carioca de 2017. Meses mais tarde, ainda classificou o Vasco para a fase prévia da Libertadores, via Brasileirão.

Além da falta de currículo, ainda contesta-se a semelhança entre o perfil de Zé Ricardo e Jair Ventura, demitido nesta segunda-feira. A maior crítica ao ex-funcionário alvinegro é seu estilo de jogo, que contrasta com o DNA ofensivo tão cobrado pela torcida. Zé também fez da defesa e das saídas em contra-ataque suas marcas nos trabalhos com Flamengo e Vasco.

Zé Ricardo chegou a se reunir com Ricardo Gomes, diretor-executivo de futebol do Peixe, durante a tarde de terça-feira. No período da noite, foi a vez da advogada do treinador se sentar à mesa com Ricardo Gomes, a fim de definir detalhes contratuais.

Vale lembrar que Zé Ricardo já havia sido convidado para comandar o Peixe no fim de dezembro, pouco depois da eleição de Peres e Rollo. Na oportunidade, porém, ele preferiu cumprir o contrato que tinha com o Vasco – o treinador pediu demissão de São Januário em 2 de junho, após 50 jogos, com 22 vitórias, 13 empates e 15 derrotas, e aproveitamento de 52,7% dos pontos.