Lateral-direito do Peixe lembra de experiências negativas quando atuou no Pará, no início da carreira: esposa grávida e três meses sem receber salários
Quem vê Cicinho como solução para os problemas da lateral direita do Santos não imagina as dificuldades pelas quais ele já passou. Atualmente titular absoluto do time do técnico Oswaldo de Oliveira, o paraense sofreu no início da carreira com salários atrasados e percorreu o Brasil de Norte a Sul até chegar à elite do futebol paulista.
- Todo jogador passa por dificuldades. Tem de ter perseverança, caso contrário não consegue. Comigo não foi diferente. Tive muita dedicação para chegar a um grande clube como o Santos - diz Cicinho.
A principal dificuldade enfrentada pelo lateral-direito natural de Santa Maria, no interior de Inhangapi, no Pará, conciliou com a gravidez de sua esposa. No início da carreira, Cicinho ficou três sem receber salários no Remo, mas a força de vontade, aliada à determinação, fez com que ele seguisse em frente.
- Logo que comecei a jogar, minha esposa ficou grávida. Com os três meses de salários atrasados, as coisas ficaram bem complicadas, mas eu não desisti. Coloquei na minha cabeça que se queria ter uma vida melhor, eu tinha que ir em frente e buscar meus objetivos. Com o apoio dos meus pais e dos amigos eu persisti, segui em frente e cheguei aonde sempre sonhei - lembra.
Aos 25 anos, Cicinho já percorreu o Brasil em busca de sucesso no futebol. Depois de começar na escolinha do Flamenguinho, time de várzea de Belém, no Pará, e de estrear profissionalmente no Remo, ele passou por Juventude, Brasiliense e Ponte Preta antes de chegar à Vila Belmiro.
Agora, com a camisa 4 do Alvinegro, resolveu o problema da posição. Desde sua chegada, no meio de 2013, ele se encaixou no time, agradou à torcida. Depois de superar as dificuldades e se destacar, também, na Ponte Preta, Cicinho comemora a melhor fase da carreira.
- Hoje vivo o meu melhor momento. Estou em um grande clube, por onde passaram grandes jogadores. Estamos fazendo um bom começo de temporada. Com muito trabalho, vamos conquistar nossos objetivos – afirma.
Natural de uma cidade com pouco mais de 20 mil habitantes, Cicinho atualmente mora em Santos, que tem mais de 400 mil habitantes. Ele mora com a esposa e a filha, de quatro anos, mas sofre longe dos pais, que não vêm para o litoral de São Paulo por que têm medo de avião e não topariam enfrentar as longas horas de estrada.
- Eles ainda estão lá, não vêm para cá de jeito nenhum. Quando tenho uma folga de dois dias, corro para lá para matar a saudade. Hoje, felizmente, posso ajudá-los bastante – diz.
Bom Senso FC
Por ter vivido na pele o atraso de salários, cenário comum no futebol brasileiro, o lateral-direito apoia o Bom Senso FC – movimento que faz reivindicações por melhoras no esporte no Brasil. Ele destaca a importância da iniciativa e da remuneração para o trabalhador, independentemente da profissão.
- É um movimento importante, principalmente pelo quesito do salário. Somos trabalhadores, que estamos na luta quase todos os dias. Todo trabalhador quer receber seu salário no final do mês. São várias reivindicações – comenta Cicinho.
Globoesporte.com
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