Por maioria de votos, a imprensa e os associados do Santos foram proibidos de acompanhar a reunião do Conselho Deliberativo do clube na última terça-feira, na Vila Belmiro. No entanto, os conselheiros que foram “votos vencidos” e até o vice-presidente do clube, Odílio Rodrigues, revelaram na saída da reunião tudo que foi discutido sobre a venda de Neymar ao Barcelona, da Espanha.
O dirigente santista confirmou que o Santos recebeu 17 milhões de euros (cerca de R$ 49 milhões) por Neymar e ficou apenas com 9 milhões de euros (aproximadamente R$ 26 milhões), pois teve que repassar do montante 40% dos direitos econômicos a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, e 5% a Teisa, grupo de investidores formados por conselheiros influentes no clube.
O Comitê Gestor ainda revelou que o Santos terá direito a receber 4,5 milhões de euros caso o amistoso acertado com o Barcelona, da Espanha, marcado para o Brasil sem data prevista, não aconteça por desistência do clube catalão ou por proibição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), devido a falta de espaço no calendário do futebol brasileiro.
O valor anunciado pelo Santos ao Conselho não bate com o comunicado no site do Barcelona. No material divulgado pelos espanhóis consta que Neymar custou ao clube catalão 57 milhões de euros, incluindo um sinal de 10 milhões feito com a anuência do Santos em 2011.
“Neymar queria vir para o Barça e isso nos ajudou muito. O valor subiu muito devido à concorrência. Estávamos dispostos a oferecer 40 milhões. Só aumentamos o valor para 57 milhões”, disse o vice-presidente do Barça, Josep Maria Bartomeu, na apresentação do jogador.
Odílio Rodrigues tentou explicar a divergência de valores na venda de Neymar entre Santos e Barcelona.
“Eu imagino que o Barcelona fala desse número, deve estar falando do custo que o atleta teve ao Barcelona. A gente está apresentando aquilo que veio para o Santos. Estamos falando de coisas diferentes. O que o Santos recebeu ou vai receber foi apresentado no Conselho. O que eu entendi na entrevista do vice-presidente (Bartolomeu), o Barcelona pagou comissão e não sei o que mais o que. Esse deve ser o valor (57 milhões de euros) do custo para ter o Neymar”, disse o dirigente santista.
Odílio Rodrigues ainda comentou sobre os 4,5 milhões de euros que o Santos pode receber caso não aconteça o amistoso contra o Barcelona, e transferiu para o Conselho Deliberativo a proibição da entrada da imprensa e dos associados do clube na reunião que explicou a venda de Neymar.
“O Comitê de Gestão não se manifesta sobre isso. Quem define a entrada da imprensa e e sócios é o Conselho Deliberativo”, disse.
“É um jogo (amistoso contra o Barça) que pode ser realizado em qualquer estádio no Brasil e pode ter receita de muitas transmissões, patrocínios, podemos vender o jogo para um organizador. Não tendo o jogo por algo que não dependa do Santos, acho que a remuneração que o Santos recebe é considerável”, concluiu.
Uol Esporte
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