terça-feira, 26 de março de 2013

Em busca do gol 12 mil, Santos tem pior ataque dos últimos três anos

Com placarem 'magros' no Paulistão, time tem aproveitamento inferior ao de 2010, 2011 e 2012, quando foi campeão estadual. Artilheiro, Neymar volta no próximo jogo

Com 11.913 gols na sua centenária história, o Santos se denomina o clube mais artilheiro da história do futebol mundial e faz contagem regressiva para o tento de número 12 mil. No entanto, a equipe não tem feito jus à tradição nesse começo de temporada e está econômica nas bolas nas redes. 

Prova disso é que, após 14 rodadas do Paulistão, o Peixe marcou 24 gols, pior rendimento dos últimos três anos, quando faturou o Estadual. Em 2010 foram 39 gols e, em 2011 e 2012, 31. Em 2009, quando Neymar começou a despontar (atuando ao lado de Kleber Pereira ou Roni), o número foi um pouco mais baixo: somente 21 tentos.

Se o aproveitamento atual (1,7 por jogo) for mantido, pode ser que o gol 12 mil não saia em 2013, já que seriam necessárias mais 51 partidas. Além do Paulista e das 38 rodadas do Brasileiro, o time jogará a Copa do Brasil. 

Acostumados com equipes ofensivas e goleadoras, os torcedores santistas têm passado sufoco nas últimas seis rodadas, quando o Alvinegro não perdeu, mas só conseguiu resultados “magros”. Foram quatro vitórias por um gol de diferença, todas por 2 a 1, e dois empates sem bolas na rede, nos clássicos contra Corinthians e Palmeiras.

O técnico Muricy Ramalho reconhece que o Peixe não vem jogando bem, mas não demonstra preocupação. Segundo ele, a tendência é a equipe evoluir na fase decisiva.

– Problema é que vem o mata-mata e aí a camisa e a experiência pesam. Se estiver completo, (o Santos) é um time que pode incomodar – afirmou em entrevista coletiva, depois do duelo de domingo.

– Ninguém está jogando um grande futebol. No mata-mata, vão melhorar – completou o treinador.

Para alívio do comandante e da torcida santista, Neymar, artilheiro do time na temporada, com seis gols, volta ao Peixe na partida contra o Mogi Mirim, quinta-feira, na Vila Belmiro. Desfalque nas últimas duas partidas por estar com a Seleção, o craque chega ao Brasil nesta terça e deve se reapresentar na quarta.

O parceiro de ataque do astro, porém, ainda não está definido. André e Miralles disputam a camisa 9, com o jovem Giva, de 20 anos, correndo por fora. A definição deve começar a sair depois do treino de quarta, já que hoje Muricy tende a comandar apenas atividade física no CT.

Curiosidades dos 11.913 gols do Santos

Entraram para a história
Alguns dos gols históricos do Peixe foram marcados por craques, como Araken Patusca (milésimo), Coutinho (5 mil) e Pelé (6 mil). Porém, boa parte dos autores dos tentos marcantes foram jogadores sem muita representatividade, casos de Gradim (2 mil), Odair (3 mil), Feijó (4 mil), Picolé (7 mil), Bianchi (8 mil) e Mendonça (9 mil). Em 1998, Jorginho fez o 10 mil e, em 2005, Geílson anotou o 11 mil. 

Ano de seca
Na era profissional, o ano em que o Santos menos marcou gols foi em 1991, quando balançou as redes apenas 61 vezes. No Brasileiro, por exemplo, foram apenas 23 em 19 jogos disputados. Com 13 tentos, Paulinho McLaren foi o artilheiro do clube naquela temporada.

Incrível
O Santos acostumou-se a golear na década de 60, comandado por Pelé e companhia. Em 1961 o clube atingiu seu recorde, com nada menos do que 338 bolas nas redes. Só o Rei do Futebol anotou 110 vezes. Entre 1960 e 1970, o Alvinegro marcou 2381 vezes, quase 20% de todos os gols de sua história.

Pelé
Pelé é o maior artilheiro da história do Peixe, com 1.091 gols em 1.116 jogos. Em segundo está Pepe, com 405, seguido por Coutinho, que anotou 370.

Depois do Rei
Neymar tornou-se ano passado o maior artilheiro do Santos depois da era Pelé. Ele tem 131 gols e está em 14º no ranking geral. A Joia está a três tentos de se igualar a Odair, 13º colocado.

COLUNA PAPO DA VILA - POR VALDOMIRO NETO

Desde o início da temporada, o ataque é o calcanhar de Áquiles do Santos. Muricy não tem o camisa nove que deseja, insistiu com André, depois recorreu a Miralles e agora aposta no garoto Giva, que dá sinais animadores, mas ainda é cedo para apontar como solução. Essa falta de definição é resultado da ineficiência do setor. As seguidas ausências de Neymar, seja por convocação para a Seleção Brasileira seja por suspensão, ajudam a deixar a artilharia santista mais manquitolante.

Potenciais goleadores de outros setores são escassos no time ou estão em má fase. No primeiro grupo aparecem os volantes Arouca e Renê Júnior, de ótima qualidade técnica porém sem intimidade com as redes, além dos laterais Bruno Peres e Léo. Os zagueiros Durval e Edu Dracena, que costumavam dar suas contribuições com gols de cabeça, não têm aparecido no quesito. Já o argentino Montillo só fez dois míseros gols até agora e dele espera-se muito mais. Quem mais contribui para amenizar o impacto do ataque improdutivo é Cícero, que tem quatro gols no torneio.

Esse conjunto de coisas parece justificar os números tíbios do ataque alvinegro se comparados ao das últimas três temporadas, que levaram ao tricampeonato. Em todas houve Neymar, como agora, mas junto a ele havia Elano, Ganso, Borges e Ibson, jogadores com razoável faro de gol. Para que essa equipe seja mais goleadora é preciso ter Neymar, um camisa nove firmado, Montillo com boa sequência e que saiam gols de falta, algo que ainda não aconteceu. Para isso foi contratado Marcos Assunção...

Lancepress

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