sexta-feira, 10 de agosto de 2012

No rastro de Neymar, Victor Andrade segue mais precoce do que o craque

Nova joia consegue primeiro gol como profissional do Santos três meses e dois dias mais novo do que o ídolo alvinegro, que hoje está na Seleção

O futebol de Victor Andrade não pode ser comparado ao de Neymar, mas os feitos do garoto já são mais precoces do que aqueles estabelecidos pelo craque do moicano. No rastro do ídolo, o garoto pode se vangloriar de duas coisas: estreou pelo profissional do Santos mais rápido e marcou seu primeiro gol pelo Peixe mais cedo do que o amigo da camisa 11

Ao balançar a rede do Cruzeiro na última quarta-feira, Victor debutou no gol três meses e dois dias mais novo do que o craque da Seleção. Enquanto ele tem 16 anos e dez meses, Neymar tinha 17 anos e um mês de vida quando marcou pela primeira vez, contra o Mogi Mirim, no dia 15 de março de 2009.

Curiosamente, os dois se tornaram titulares em seus terceiros jogos como profissional. Foi justamente nesse momento em que Neymar fez seu primeiro gol. Da estreia para a bola na rede foram exatos 149 minutos. Enquanto isso, Victor Andrade teve de esperar por mais seis partidas até conseguir seu gol, com um total de 317 minutos em campo.

Além de ser mais precoce, Victor Andrade também subiu ao elenco profissional com multa rescisória internacional mais elevada do que a de Neymar. Hoje, qualquer clube do exterior interessado no atleta teria de pagar € 50 milhões (cerca de R$ 124 milhões) para quebrar seu contrato. Em março de 2009, quando o amigo de moicano subiu na gestão do então presidente Marcelo Teixeira, a cláusula era de € 30 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões à época).

Nada disso, porém, parece iludir Victor Andrade, que mostra a mesma personalidade para driblar dentro de campo na conversa com jornalistas. Em recente entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o jogador citou os ensinamentos de seu pai, Nelson Andrade, para dizer que pode até superar o ídolo Neymar, mas só com muito trabalho e regularidade. Até nisso, inclusive, os dois se parecem, já que o pai de Neymar também tem influência direta na carreira do jogador.

Toda a badalação em cima do atacante, aliás, logo foi brecada pelo técnico Muricy Ramalho. Depois do assédio sobre o jogador por conta da assistência de letra para o gol de Bruno Peres, na vitória santista por 2 a 1 sobre a Ponte Preta, pela 13ª rodada do Brasileirão, o treinador vetou o mesmo tratamento para conter qualquer tipo de empolgação.

- Disse a ele que analiso o jogo como basquete: cestas, rebotes, assistências, enfim. Após o jogo contra o Náutico (derrota por 3 a 0), perguntei: "Você deu quantos chutes ao gol?". Ele respondeu 'nenhum'. Cabeçadas? Passes? Então você não jogou, só correu para lá e para cá". Futebol não é assim. Atacante que não entra na área não faz gol - diz Muricy.

- Se não insisto e pego no pé dele para entrar na área, ele não entra e não teria feito o gol (contra o Cruzeiro), porque não foi educado assim. Só driblar não ganha jogo. Tem de aprender a finalizar melhor, está muito "verde" ainda, cheio de defeitos. Mas ele tem humildade para aprender e está todo dia treinando. Ainda é um moleque de 16 anos, também não podemos querer que faça tudo - emendou o treinador.

A cautela de Muricy tem sentido, mas ao menos no quesito precocidade Victor Andrade já mostra ser diferente. Resta saber se o garoto conseguirá seguir os mesmos passos de sucesso do amigo e ídolo Neymar durante o decorrer da carreira.

Globoesporte.com

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