O dia foi especial para o torcedor santista, mas ficará ainda mais marcado para o técnico Muricy Ramalho. Estigmatizado por não se dar bem no mata-mata, ele calou os críticos com papel fundamental na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo que garantiu o Santos na final do Campeonato Paulista. De quebra, foi homenageado no Morumbi pela torcida rival, com quem viveu uma relação intensa.
Se técnico é capaz de decidir jogo, Muricy pode se gabar do feito neste sábado. No intervalo do clássico, ele promoveu a mudança que transformou a equipe que via o adversário ser superior na partida. Ele sacou o atacante Zé Eduardo, apagado em campo, para usar três zagueiros com Bruno Aguiar e deixar Elano e Paulo Henrique Ganso mais próximos de Neymar.“A bola não está na frente. Vamos adiantar o Ganso e o Elano”, disse o técnico no intervalo.
A estratégia deu certo. O primeiro gol surgiu em uma jogada bem afinada das três estrelas. O segundo comprovou uma sintonia perfeita dos dois meninos da Vila. “O Muricy adiantou o Paulo e pediu para jogar um perto do outro. Como a gente já se conhece, não tem como”, disse Neymar. O goleiro Rafael exaltou a mudança de Muricy. “Ele tem a mesma responsabilidade que a gente, ele foi muito feliz na alteração. É experiente e acertou ali atrás depois de passarmos susto no primeiro tempo”, disse.
O triunfo não só garantiu o Santos na final como deu alívio a Muricy que avançou em um clássico no mata-mata. O técnico ficou marcado depois de quatro eliminações seguidas na Copa Libertadores com o São Paulo (todas para times brasileiros) e da queda com o Fluminense na semifinal da Taça Guanabara diante do modesto Boavista.
Mas mesmo com as decepções vividas na época, a torcida tricolor soube reconhecer o valor do técnico que conquistou o tricampeonato brasileiro. Parte dos tricolores gritou seu nome e deixou o técnico emocionado.
“É legal voltar. Depois de tanta coisa que passamos aqui. Realmente marcou. É muito legal ver o reconhecimento da torcida”, disse.
Uol Esporte
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