Diretoria tem dificuldades para acertar a contratação de um novo treinador. Interino evitar falar em permanência, mas faz bom trabalho na Vila Belmiro
Após seis partidas no comando da equipe, Marcelo Martelotte demonstra postura firme e tem o respeito dos jogadores santistas. Durante as entrevistas, o técnico interino não foge das perguntas e até apoia a diretoria na busca por um novo treinador, evitando falar em uma permanência no cargo. No entanto, a possibilidade de mantê-lo vai ganhando força, e dependerá do desempenho da equipe na reta final do Brasileirão.
A principal preocupação da diretoria para manutenção de Martelotte é a falta de experiência, já que o Santos disputará a Taça Libertadores em 2011. Ao ser questionado sobre se acha que é capaz de comandar a equipe na competição sul-americana, o treinador respondeu:
- Continuo pensando no meu trabalho jogo a jogo, em nenhum momento pensei em Libertadores. Mas capacidade a gente só mostra trabalhando, participando da competição. Quem nunca participou não pode ser contestado, e também não pode ter uma comprovação do seu trabalho. Eu entendo a posição da diretoria de procurar um técnico com essa experiência, porque há uma cobrança muito grande no clube pela Libertadores - afirmou Martelotte.
A diretoria alvinegra adota postura semelhante ao falar sobre o tema. O vice-presidente do Peixe, Odílio Rodrigues Filho, disse que o clube ainda tenta contratar um treinador de ponta, mas elogia o trabalho do interino e não descarta a permanência dele para a próxima temporada.
- Nós estamos gostando bastante do trabalho do Marcelo, mas o futebol é muito dinâmico, depende dos resultados. O Marcelo é membro fixo da comissão técnica do Santos.
Independentemente de qualquer coisa, ele seguirá no ano que vem no clube. Mas a diretoria segue sempre pensando em reforçar o clube, buscando treinador e também jogadores - explicou Odílio.
O principal nome cotado na Vila Belmiro é o de Abel Braga, do Al-Jazira, dos Emirados Árabes, que inclusive já foi contactado. No entanto, o acerto não deve acontecer antes do final do ano, já que o Peixe não está disposto a pagar a multa rescisória. O contrato dele termina apenas em maio de 2011, com isso a negociação pode não sair. Após deixar o Corinthians, Adilson Batista também foi comentado, mas a diretoria prefere desconversar sobre o assunto e não fala em nomes.
- Eu não participo das reuniões para decidir isso. Mas são nomes de treinadores de ponta, tanto Abel como Adilson já mostraram que têm condições. Esses treinadores têm currículo e capacidade para dirigir o Santos - opinou o interino.
Marcelo Martelotte era auxiliar-técnico da equipe e assumiu após a demissão de Dorival Júnior. Em seis jogos até agora, obteve três vitórias, um empate e duas derrotas. Além de ter bom relacionamento com o elenco e estar aproveitando bem os garotos da base do clube, o grande trunfo do treinador seria colocar o Peixe diretamente na briga pelo título brasileiro. Enquanto a diretoria não acerta com ninguém, Martelotte vai mostrando o seu trabalho e cavando o seu espaço.
- Para quem tem pouca experiência de dirigir uma equipe, esta experiência de cada jogo é importante. Para quem tem 200, 300 jogos no currículo, talvez só mais um não mude muito. Mas para quem tinha zero, seis ou sete jogos conta muito - disse o atual comandante.
Globoesporte.com
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