sábado, 10 de abril de 2010

Em situação inversa, dupla San-São se encontra num mata-mata após oito anos


No Brasileirão 2002, Tricolor chegou embalado e caiu diante do Peixe, que era azarão. Robinho: 'Não significa que vai acontecer o mesmo agora'


Na última vez em que São Paulo e Santos se encontraram em um mata-mata, o Peixe levou a melhor, embora tenha entrado na fase final em desvantagem. Foi em 2002, pelo Brasileiro. O time, treinado na época por Emerson Leão, se classificou em oitavo lugar e encontrou logo nas quartas de final o Tricolor, que tinha passado em primeiro, com 13 pontos a mais do que o rival. Mas não deu para a equipe do Morumbi. Os meninos da Vila, que despontavam com Robinho e Diego, venceram as duas partidas, por 3 a 1 e 2 a 1, respectivamente, e foram campeões sobre o Corinthians. Oito anos depois, Robinho segue acompanhado por um time com muitos garotos, mas está mais velho e consagrado, e o clube não é mais o azarão, e sim o favorito.

O Peixe terminou a primeira fase do Paulistão na liderança com 47 pontos, 11 a mais do que o São Paulo, que tem 36 e garantiu a vaga na última rodada, em quarto. Nas semifinais do Estadual, o líder tem a vantagem de jogar por dois empates ou resultados iguais (uma vitória e uma derrota pelo mesmo placar). Surpresa em 2002, agora quem dá a bola é o Santos. Só que o Tricolor, repleto de jogadores experientes e embalado pelo toque de criatividade de Marlos, quer tirar a bola, ou melhor, a taça do favorito.


Robinho, que brilhou principalmente no segundo jogo das quartas de 2002, no Morumbi, lembra que o Santos estava em uma fase iluminada, mas não acha que esse retrospecto terá algum peso nesse mata-mata de 2010. - Cada jogo é uma historia. Não sabemos o que vai acontecer. O Santos chegou atrás em 2002 e conseguiu desbancar o São Paulo, que era líder. Mas isso não significa que vai acontecer a mesma coisa agora. Estamos preparados para escrever uma nova história - afirmou o jogador.


O técnico Ricardo Gomes treinava o Juventude em 2002 e enfrentou o Grêmio nas quartas, mas foi eliminado com um empate e uma derrota pelo então quinto colocado. Observou o crescimento do time de garotos e acha que dentro do que é proposto no mata-mata, a chegada de quem entrou por último é justa. Como ele espera que aconteça com o São Paulo neste Paulistão.

- Eu estava nesse Brasileiro, fiquei em quarto com o Juventude, e o Santos entrou na última rodada no G-8. Acontece, é do regulamento. Com o mata-mata a competição vira algo totalmente diferente. Foi assim que o Santos levou o título do Brasileiro de 2002 e não dá para reclamar - ressaltou Gomes.

Tinha um 'Ronaldo' no meio do caminho

Gomes teve algumas experiências como treinador em jogos no mata-mata. Foi campeão da Copa da Liga Francesa e da Copa da França com o Paris Saint Germain, ambas em 1998, nesse sistema. Também levou a mesma Copa da Liga Francesa em 2007, treinando o Bordeaux. Mas experiência neste sistema não conta muito na hora da decisão, acredita o comandante tricolor.

- No Brasil tive experiência de mata-mata com o Juventude no Brasileiro e na Copa do Brasil. Também passei pelo mata-mata nas competições na Europa. Mas não é isso que conta, e sim ter um bom time para passar. A sorte também é importante, pois de repente um time joga muito bem, mas o outro acha o gol e se fecha. É um sistema diferente e com mais riscos - analisou o treinador.

Gomes também teve dia de eliminado em mata-mata, e não esqueceu. Em 1997, chegou à final da Copa das Copas, realizada pela Uefa, com o PSG contra o Barcelona. O time espanhol venceu por 1 a 0, com um gol de pênalti de Ronaldo, que hoje defende o Corinthians. A perda daquela taça ficou marcada na memória do treinador, que admitiu, mas com bom humor:

- Aquela final ficou entalada na garganta - sorriu Gomes.


Globoesporte.com

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