sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CHORO NA DEMISSÃO

A diretoria do Santos perdeu a pré-temporada e o ínicio da Campeonato Paulista. Os dirigentes sonharam com a chance de contratar Vanderlei Luxemburgo desde o final do Brasileiro. E deixaram Márcio Fernandes trabalhando interinamente.

Se Luxemburgo conseguisse se livrar do Palmeiras assumiria o cargo. Só que a diretoria palmeirense não abriu mão da altíssima multa (conselheiros juram que ela está fixada em R$ 6 milhões). A saída foi apostar pelo menos no Paulista em Márcio Fernandes. Mas as derrotas seguidas e a postura amiga demais do técnico acabaram por causar sua queda.

Nem mesmo o jovem que veste a fantasia Baleião e anima a torcida do Santos na Vila Belmiro seria tão ingênuo. Nem ele, nem ninguém no clube acreditou que o pedido de demissão partiu do treinador Márcio Fernandes como a diretoria queria. Ele foi demitido de maneira imediata após a derrota para o Marília.

Márcio não criou qualquer problema. Tem interesse em continuar no clube como auxiliar. E chorou quando veio a demissão. Fez o seu triste papel, se controlou e diante dos jornalistas conteve as lágrimas ontem logo após a derrota para o Marília. Disse que estava saindo para ajudar o Santos e que esperava que outro treinador chegasse com 'novas idéias' para fazer do Santos vencedor.

O diretor de futebol, Adílson Durante Filho e o gerente de futebol, Ocimar Bolicenho, tomaram a atitude que justificou a ida dos dois para Marília: saíram pela porta dos fundos para fugir dos jornalistas e das explicações. A falta de coragem da dupla foi ironizada pelos repórteres que o aguardavam.

A vontade de Marcelo Teixeira é que o novo treinador já trabalhe na partida de domingo contra o Guarani na Vila Belmiro. O perfil do desempregado Renato Gaúcho era analisado durante a madrugada. O sonho de outros era Sérgio Guedes do Santo André, mais difícil de contratar por estar empregado. Alguns conselheiros ligaram para Teixeira e perguntavam se havia chance de buscar Paulo Autuori do Catar. Se nada der certo, Serginho Chulapa está sempre a mão.

Os jogadores ficaram revoltados com a saída de Márcio Fernandes, que adoravam. Ao se despedir, o técnico chorou várias vezes. Esse relacionamento próximo foi uma das principais causas da demissão. A diretoria tinha certeza de que o treinador não tinha mais autoridade para cobrar o time. A desculpa que Lúcio Flávio não foi afastado pelo fraco futebol mas sim para ganhar força muscular foi motivo de piada em Santos. A idéia de preservar o jogador desgastou de vez o treinador. Aquele que assumir no lugar de Márcio será avisado: chega de amizade entre técnico e jogadores!

Escrito por Cosme Rímoli

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