Volante argentino de 33 anos naturalizado italiano afirmou que tinha outras propostas além do Peixe e se mostra encantado com futebol dos garotos
Cejas, D'Alessandro, Conca, Tevez... É com nomes como esses que começa a lista de argentinos que tiveram sucesso em suas passagens pelo futebol brasileiro e é neste seleto grupo que quer entrar Cristian Ledesma, a última contratação do Santos na atual temporada.
Depois de 14 anos na Itália, para onde foi direto da base do Boca Juniors e defendeu Lecce e Lazio, o volante de 33 anos aceitou jogar no Brasil e ficar longe da esposa e filhos.
O motivo? A paixão pelo futebol e por novos desafios. Segundo o próprio meio-campista, que se naturalizou italiano e já defendeu a seleção do país, não foi por dinheiro ou falta de opção que ele foi parar na Vila Belmiro. E para começar a passagem pelo Peixe com o pé direito, o qual costuma balançar as redes batendo faltas, ele sonha em disputar em 2016 a primeira Copa Libertadores, a qual ele só viu pela televisão.
Ao chegar no Brasil, ele já se impressionou com o que só tinha ouvido falar: a habilidade dos Meninos da Vila, que estão na final da Copa do Brasil e entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro.
Confira a entrevista exclusiva do volante Cristian Ledesma ao LANCE!.
O futebol brasileiro teve muitos jogadores estrangeiros recentemente, que deixaram suas marcas. O que espera de sua passagem pelo Santos?
Creio que posso contribuir com a experiência internacional que tenho e com o entusiasmo. Vim com 33 anos e quero jogar, não vim por dinheiro ou falta de opção, vim porque considero que o Santos é uma grande oportunidade. Posso trazer muito a nível de experiência internacional e me sinto como qualquer outro jogador do elenco.
Você já conhecia o Brasil? O que te surpreendeu no futebol?
Tinha informações, mas nunca havia visitado. A diferença maior que encontrei em relação à Itália é a intensidade. Não só em jogo, mas em treino. A intensidade de trabalho é maior aqui, durante a semana e nas partidas. O futebol é diferente do europeu. O nível técnico dos jogadores do Santos também me surpreendeu, ainda mais dos mais novos. Mas é uma outra cultura.
Muitos destacam que o ambiente do Santos é muito alegre por causa da quantidade de jogadores jovens. Isso te chamou a atenção também?
Não conheci outros times no Brasil, mas gostei muito da união desse grupo aqui. O modo de trabalhar é diferente da Itália. Se perdemos um jogo, no outro dia não estão de cabeça baixa, se trabalha com muito entusiasmo, o que ajuda o time.
Você nasceu na Argentina, mas defendeu a seleção italiana. Hoje se considera mais argentino ou mais italiano?
Falo sempre que vivi 17 anos na Argentina e 14 na Itália. Minha esposa é italiana, meus dois filhos também. Como pessoa cresci muito na Itália, mas minha criança interior é argentina. Na Itália fui pai e homem. Me considero argentino, mas muito italiano também.
O Santos está perto de se classificar para a Libertadores. Como vê a chance de jogar a competição pela primeira vez?
Seria uma experiência muito importante, mas o campeonato ainda não terminou. Penso que tem que viver o presente, e o São Paulo está perto do Santos na tabela, então temos que nos garantirmos primeiro.
Você já jogou a Liga dos Campeões na Europa. Quais as diferenças que imagina entre a liga de lá com a Libertadores?
As viagens na Libertadores são grandes, o tempo para recuperar é menor. É difícil. A Champions League é um campeonato com viagens mais curtas. Não sei se a Libertadores fica mais difícil por isso, na Europa também tem lugares difíceis de se jogar, com torcidas difíceis. São competições distintas.
Qual será seu maior desafio atuando pelo Santos?
É novo ficar longe da família para mim. Meus filhos estudam na Itália e não podem se mudar para cá. A adaptação não é problema, o grupo me acolheu muito bem. É difícil, mas não mais do que quando fui para a Europa com apenas 17 anos.
Dizem que você é um estudioso do futebol. Pretende continuar trabalhando na área depois que encerrar a carreira de atleta?
Depois que eu encerrar a carreira, quero ser treinador de categorias de base. De jogadores de dez a 12 anos no máximo, meu pensamento é esse. Treinar a base primeiro. É um sonho antigo. Eu gostaria de ter terminado a carreira na Lazio e ter treinado a base lá, agora vamos ver quando eu terminar. Agora penso no presente, que é o jogo contra o Flamengo. Estou à disposição do treinador.
Lancenet
Nenhum comentário:
Postar um comentário