Presidente do Santos em duas oportunidades, de 1991 a 1993 e entre 2000 e 2009, Marcelo Teixeira não se afastou dos assuntos do clube apesar de não constar mais no quadro político há seis anos. Relatando estar surpreso com a campanha do Peixe, que já acumulou um título paulista e briga com grandes ambições no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, o ex-mandatário se mostrou preocupado com a situação financeira do clube e com a questão da ação contra o atacante Neymar.
Apesar da negociação com o Barcelona, que segue sendo investigada pela Justiça espanhola – que já chegou a pedir a prisão do presidente do Barcelona, Sandro Rosell, além da detenção do pai de Neymar -, ter acontecido no mandato de Luis Álvaro de Oliveira Rodrigues, seu sucessor, Marcelo Teixeira crê que pode ter papel conciliatório na questão por conta da boa relação que tem com o jogador e seu pai.
Em entrevista a rádio Jovem Pan neste domingo, o ex-presidente santista comentou a polêmica. “O Santos busca esclarecimentos e não dispõe de documentos que comprovem uma série de transações que ocorreram. Assim, o Neymar busca os seus interesses. Tenho uma expectativa, pela boa relação que tenho com o pai do jogador e com o jogador, de ajudar no sentido de estreitar essa relação para que esses documentos sejam apresentados e os direitos de ambas as partes sejam esclarecidos”, falou.
Afirmando que “tudo deve ser apurado”, Teixeira sabe que os problemas legais envolvendo o Santos não se resumem à suspeita negociação de Neymar com o Barcelona. “Existem contas a serem pagas e os valores são muito altos. Neste momento, não temos dívidas apenas com o fisco, mas principalmente com referência a ativos e ações trabalhistas. É uma situação grave, mas muito grave, que o Santos possuiu nesse momento, que deve equacionar todos esses problemas, porque não podem ser empurrados para frente”, declarou.
“Quando entregamos o clube, tínhamos apenas 27 ações trabalhistas. Hoje, ele possui centenas delas, e nos preocupa demais a situação em que teremos que saldar esses compromissos. Um dirigente que assume um clube deve atuar de frente com essa responsabilidade e tem de resolver as situações. É dessa forma que eu espero que o Modesto faça”, disse Marcelo Teixeira, que forneceu aporte financeiro à gestão de Modesto Roma no início do ano para a reparação das dívidas com o elenco.
Ao comentar sobre o time, que briga ativamente por uma vaga no G4 do Brasileirão e, na quarta-feira, define a vaga na final da Copa do Brasil, Marcelo Teixeira parabenizou a filosofia “pés no chão” implantada pela diretoria. “Nós mesmos, os santistas, não esperávamos que fôssemos conseguir esses resultados. Acho que o Santos vem dentro de uma linha e uma filosofia de pés no chão, mas de uma maneira muito inteligente, contratando jogadores mais experientes e identificados com o clube”, opinou.
Gazeta Esportiva
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