Imagine-se em uma pelada de final de semana em que o seu time se mostra muito inferior ao rival. O goleiro de sua equipe, certamente, não será o mais contente e mostrará toda a sua revolta deixando de pular nas bolas. Mas se essa partida estiver acontecendo em um dos maiores estádios da Europa e transmitida ao vivo para todo mundo, nem isso será possível.
O goleiro Aranha, do Santos, teve sensação semelhante ao se deparar com Messi & Cia. no último dia 2 de agosto. Em entrevista ao UOL Esporte, ele contou que ainda sofre com a humilhante derrota por 8 a 0 para o Barcelona, mas, que apesar de sentir raiva pelos gols sofridos, em nenhum momento pensou em jogar a toalha.
"Até dá raiva, vontade de mostrar alguma indignação. Mas hoje em dia a visibilidade é muito grande. Em um jogo daqueles, eu não posso apontar um companheiro, do mesmo jeito que não gostaria de ser apontado. Quando as coisas não vão bem é fácil apontar um culpado. E não foi o que aconteceu. Lutamos juntos e estamos sofrendo até agora com aquela derrota".
Contratado em dezembro de 2010, Aranha assumiu a titularidade do gol santista somente neste ano, após a negociação de Rafael com o Napoli, da Itália. Na ausência do ex-titular, porém, foi que ele, no ano passado, mostrou ao torcedor que poderia ser o dono da camisa 1.
"Estou chegando próximo de 50 jogos com a camisa do Santos [são 42] e o torcedor já tem noção do que posso fazer, conhece o meu trabalho", afirmou o goleiro, que revelou o início das conversas para renovação do contrato com término em dezembro.
Com a voz calma e o semblante sempre sério e tranquilo, Aranha só muda o tom da fala quando tem o seu peso questionado. Segundo o site oficial do Santos, o goleiro pesa 99 kg, distribuídos em 1,93m de altura. A resposta aos críticos ele tem na ponta língua:
"Eu joguei dez partidas no Campeonato Paulista, com rótulo de reserva, e ganhei de melhor goleiro por pontos. Fiz mais pontos que todos os titulares que jogaram todos os jogos. Joguei 13 no Brasileirão e figurei na lista dos dez melhores, não joguei nem metade do campeonato. Esses números que sustentam a carreira da gente", relembrou.
"Cada um fala o que quer. Não posso tirar isso do torcedor, do comentarista. Cabe a mim, que recebe o elogio ou a crítica, ter inteligência para não se empolgar quando sou elogiado e também não se abalar quando vierem as críticas", afirmou.
Se Aranha substituiu, e bem, quem era o responsável por evitar os gols, o mesmo não pode ser dito do outro lado. O time ainda sofre para se adaptar sem Neymar, saída, que não visão do goleiro, foi sentida além das quatro linhas.
"Com a saída dele, a nossa visibilidade deu uma acalmada. O Neymar tinha muitos patrocinadores que tinham de aparecer. E agora não tem mais isso. O que melhorou é que agora a responsabilidade é dividida por todos e antes ficava tudo em cima dele, que era o carro-chefe", disse o goleiro.
Mal posicionado no Campeonato Brasileiro, o Santos não vence há seis jogos no campeonato. Para Aranha, as próximas rodadas serão vitais para decidir o rumo da equipe.
"A gente precisa se acertar. O time vem procurando uma maneira de jogar sem ele. Mas acredito que com uma série de vitórias, podemos pensar em coisas melhores como a Libertadores e até o título", completou.
Uol Esporte
Um comentário:
Aranha! O menos culpado de todos, menos que eu. Abraço
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