domingo, 4 de dezembro de 2011

Apesar de dívida, Laor promete não vender craques e buscar reforços


Sob as regras de um novo estatuto, presidente, reeleito no último sábado, começa mais um ciclo e fala sobre seus planos


O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, inicia em janeiro o seu segundo mandato. Agora, serão três anos no poder, administrando uma dívida que supera os R$ 200 milhões (entre compromissos com bancos e débitos fiscais).


Apesar do tamanho do rombo, ele garante que vai manter a política de não negociar seus principais jogadores. Sua lógica é a mesma adotada no episódio do “fico” de Neymar, cuja retórica repete sempre que o assunto vem à tona em suas entrevistas:
– O Santos vende o espetáculo e não os artistas.


O dirigente diz que se desfazer de jogadores é uma estratégia ultrapassada e que rende pouco – ou até nenhum – resultado.


– O Neymar é a prova disso. Ele gera audiência, renda, exposição na mídia. Isso rende maiores contratos de publicidade, rendas mais robustas, aumento de torcida. Nossas estrelas são as galinhas dos ovos de ouro e vendê-las é contraproducente.


Ao contrário, Luis Alvaro afirma que o Santos vai atrás de reforços para qualificar ainda mais o elenco. Contratações pontuais, porém. Ele considera que o Peixe já tem uma boa base formada e precisará apenas de ajustes.


– Temos uma carência na lateral direita, pela saída do Danilo (vai para o Porto após o Mundial de Clubes), e vamos atrás de um jogador para esse setor. Vamos buscar sempre agregar qualidade e valor ao nosso elenco.


Ganso deve renovar


Um novo contrato para Paulo Henrique Ganso também está na pauta. Uma das primeiras ações de Luis Alvaro no primeiro mês de seu novo mandato é definir o assunto com o camisa 10. O vínculo atual do meia, apesar de valer até 2015, está defasado. Ele é considerado o segundo melhor jogador do time, mas tem rendimentos num patamar bem inferior ao das demais estrelas.


– Passado o Mundial, vamos sentar e nos reunir com o Ganso. O mais importante é que ele quer permanecer. Há uma boa vontade do atleta. Temos um bom plano para apresentar e tenho certeza de que vai empolgá-lo.


Modelo de gestão


A partir de 2012, Luis Alvaro dirigirá o Santos sob as diretrizes de um novo estatuto, que modifica radicalmente o modelo de gestão do clube. Saem os diretores amadores e entram gerentes executivos remunerados em todas as áreas do clube. Todos estarão subordinados a um comitê de gestão, formado pelo presidente, seu vice, Odílio Rodrigues, e mais sete conselheiros.

Esse comitê vai substituir o Grupo Guia (Gestão Unificada de Inteligência e Apoio), formado por empresários que apoiam o mandatário. Alguns desses empresários foram eleitos como conselheiros nas eleições do último sábado e seguirão compondo a base de apoio. Entre eles estão Álvaro Simões, presidente da incorporadora e construtora Inpar, José Berenguer, vice-presidente executivo do banco Santander, e Álvaro de Souza, que já foi presidente do Citibank Brasil e do conselho administrativo da Gol Linhas Aéreas.


– Passamos a ter uma organização profissional em todos os níveis. Vamos ter gestores de área, que ficarão sujeitos às regras de mercado: se não der resultado, não fica. Acaba a figura do diretor. Todos esses gerentes estarão subordinados ao comitê. É algo novo no Brasil. Um modelo inédito, de governança corporativa. Será um desafio, mas acredito que, com essa mudança, o Santos num novo ciclo de modernidade – conclui Luis Alvaro.



Globoesporte.com

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