quinta-feira, 24 de julho de 2014

Após denúncia de sócios "fantasmas", Conselho decide sobre votação online


O Conselho Deliberativo do Santos decidirá nesta quinta-feira se a eleição presidencial deste ano, marcada para dezembro, terá votação pela internet. A discussão ocorrerá em meio a uma polêmica levantada por membros da oposição, que denunciaram um suposto esquema de fraude, no qual seis mil associados “fantasmas” teriam condições de votar - dentre eles nomes pitorescos como o do ex-ditador Augusto Pinochet e de personagens como Vito Andolini, o Don Corleone do filme "O Poderoso Chefão". O Peixe afirmou que esses cadastros estão bloqueados

Conselheiros da oposição já afirmaram que vão tentar tirar a votação da pauta por conta das denúncias. Membro da Terceira Via Santista, um dos grupos políticos do Alvinegro, Orlando Rollo disse que a situação iniciaria o pleito “com seis mil votos a zero” e que o fato de as carteirinhas pitorescas terem sido emitidas em novembro do ano passado era estratégica – era o mês limite para interessados em participar da eleição se associarem, já que o estatuto prevê o voto de santistas com ao menos um ano no quadro de sócios.

O presidente do Conselho Deliberativo do Santos, Paulo Schiff, garantiu que cinco mil dos seis mil sócios que estavam em condição irregular antes de um recadastro, iniciado em abril, cinco mil já estão regularizados e os outros mil (dentre eles os "fantasmas") estão bloqueados. Schiff disse ainda não acreditar que a discussão sobre a votação pela internet será adiada. 

- Regimentalmente, pode existir a proposta de retirada da pauta. Essa proposta entraria em votação durante a reunião e pode ser adiada. Mas não creio que isso vá acontecer. O conselheiro já virá preparado para tomar sua decisão - afirmou.
A votação online divide opiniões no Conselho. De acordo com Schiff, ela é permitida pelo artigo 30 do Estatuto Social, que cita a internet e o correio como canais válidos para o pleito.

- Em 2013, o conselheiro Ricardo Campanário acompanhou as eleições do Grêmio, que teve votação pela internet. Foi montada uma comissão eleitoral, presidida pelo Ricardo, com cinco conselheiros, que mergulhou no tema, estudou custos, segurança, conversou com empresas e apresentou esse trabalho aos conselheiros - explicou Schiff, que avaliou a opção como “democrática”.

- Há três pontos importantes. O primeiro é que isso foi estudado com profundidade. O segundo é que cumprimos o que está no Estatuto. E o terceiro: a finalidade é boa. Pode não ser acatada, mas é a democratização do processo eleitoral do Santos. O clube tem sócios em muitos lugares, que têm os mesmos direitos do associado de Santos. Vamos aceitar o resultado que vier - completou.

Dos cerca de 60 mil associados do Santos, a estimativa é que 33 mil estejam aptos para votar no pleito, agendado para 6 de dezembro. As chapas não estão definidas. A “Eu Sou Santos”, que é da situação, ainda não divulgou quem será o candidato à presidência. Na oposição, é possível que sejam feitas alianças. Na entrevista coletiva de quarta-feira, por exemplo, três grupos contrários à atual diretoria estiveram juntos: Terceira Via, Associação Santos Sempre Santos e Resgate Santista.

Globoesporte.com

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