O Santos apresentou, oficialmente, seu balanço com os resultados financeiros referentes a 2016. Apoiado em luvas de televisão e vendas, a equipe fechou o ano com lucro e receitas recorde, mas o cenário segue preocupante segundo a empresa responsável por auditar as contas. O risco à continuidade das atividades do clube é apontado como "relevante".
Nas contas de 2015, a empresa M/Legate (Macso Legate Auditores Independentes) já havia afirmado que para a manutenção das atividades operacionais do Santos, "a captação e aporte de recursos é necessária a curto prazo", em avaliação que persiste ao final do exercício de 2016.
Os auditores citam que o clube alvinegro "mantém passivo a descoberto de R$ 227,37 milhões, bem como o passivo circulante excede o ativo circulante em R$ 121,70 milhões".
Em contabilidade, passivo a descoberto é o termo usado para quando o valor da soma de bens e direitos a receber não cobre a quantia de todas as dívidas. Esse cenário já era apresentado no último balanço do Santos, mas o valor era ainda maior: R$ 281,56 milhões.
Já em relação ao passivo circulante, que são as dívidas a serem pagas em curto prazo, o balanço do Santos mostra R$ 140,17 milhões, valor R$ 121,70 milhões superior ao do ativo circulante, que são os bens que podem ser transformados em dinheiro no curto prazo, de apenas R$ 18,47 milhões.
Santos ressalta, porém, que conseguiu em 2016 a "redução expressiva das suas exigibilidades de curto prazo, as quais foram diminuídas em 13,4%, equivalente a R$ 21,6 milhões". A dívida total também caiu 6,5%, segundo o clube, o equivalente a R$ 28,1 milhões.
Lucro e receita recorde - O superávit do Santos em 2016 foi de R$ 54,18 milhões, após prejuízo de R$ 78 milhões em 2015 e de R$ 58 milhões em 2014. Desde 2013, o clube acumulava déficit de R$ 177,7 milhões, sendo 2012 seu último lucro: R$ 14,6 milhões.
O resultado foi construído com receitas de R$ 295,83 milhões, após R$ 169,9 milhões no quesito em 2015. Desse valor, R$ 254,98 milhões vieram do futebol, sendo a maior parte de "transmissões televisivas", R$ 149,25 milhões, quantia que cresceu com o acerto com o Esporte Interativo, que rendeu luvas de R$ 40 milhões.
A venda de atletas, com os negócios envolvendo Geuvânio e Gabigol, também tiveram impacto significante nas receitas, com R$ 72,82 milhões. Bilheteria rendeu R$ 15,4 milhões ao Santos, e publicidade e patrocínios, R$ 14,46 milhões.
As despesas foram de R$ 175,43 milhões, pouco mais que os R$ 173,13 milhões de 2015. O futebol consumiu R$ 149,51 milhões dessas cifras, sendo a maior parte em salários, R$ 69,99 milhões. ESPN
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