Vila "Assombrada": casa do Santos vira pesadelo para adversários com Dorival
Ela não é uma arena ou um estádio multiuso. Não é luxuosa. Não tem estacionamento (e dificilmente vaga para parar veículos por perto). Não foi construída para receber 50 mil pessoas ou algo perto disso. A Vila Belmiro, como é conhecido o estádio Urbano Caldeira, casa do Santos desde 1916, também não costuma ser receptiva a quem a visita. Muito pelo contrário: chega a ser "assombrada", principalmente por não ter nada do citado acima.
Vila Belmiro costuma ser pesadelo para adversários (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
O Peixe, como a grande maioria dos times brasileiros, leva vantagem quando joga Líder e artilheiro santista, com 33 gols, Ricardo Oliveira sabe muito bem como é jogar contra o Peixe na Vila. Ele já atuou no estádio como adversário por São Paulo e Portuguesa, e garante: jamais ganhou. Mas qual é o segredo? Para o atacante, talvez não seja apenas a motivação do Alvinegro, mas o incômodo que o local provoca nos oponentes.
E por que essa força ficou tão maior depois da chegada de Dorival Júnior? Ricardo Oliveira também explica – se é possível.
– Talvez seja o adversário incomodado (o segredo). Quando eu joguei na Vila, não ganhei uma do Santos. Não gostava de vir para cá. É muito difícil jogar na Vila. Conta a motivação, fator campo, atalhos, o torcedor daqui. Junta, de repente, a dificuldade do adversário de não se sentir à vontade, e toda a nossa vontade de ganhar, de crescer, como nós nos propusemos. E também o desafio do elenco, o objetivo. A partir daí, ninguém tira o pé do acelerador. Ninguém pode dispersar, olhar a festa da torcida e atrapalhar todo um trabalho. Junta um pouco de tudo e culmina nos números alcançados – garante.
Torcida na Vila Belmiro fica muito perto do gramado (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
O incômodo dos adversários tem justificativa. O Urbano Caldeira fica no meio de um bairro residencial (Vila Belmiro), entre os canais 1 a 2 de Santos. Para começar, chegar ao estádio é um desafio. O São Paulo, por exemplo, não viaja de avião para jogar contra o Peixe, mas precisa descer a serra (cerca de 80km de estrada até o litoral paulista), passar por ruas estreitas e encarar a torcida alvinegra. Times de outros estados ainda enfrentam os aeroportos.
De fato, a Vila não é uma dessas arenas modernas, construídas nos últimos anos para a Copa do Mundo de 2014 – ela tem arquibancadas coladas ao gramado e locais apenas com concreto para se sentar. No estádio, porém, o Alvinegro se sente mais em casa do que em qualquer outro lugar. Já são 27 jogos em 2015, com 22 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, além de 62 gols marcados e apenas 19 sofridos.
E é justamente na Vila Belmiro que Santos e São Paulo decidem, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), uma vaga na decisão da Copa do Brasil. Os donos da casa podem até perder por 2 a 0 que avançam à final, já que venceram o duelo de ida por 3 a 1, no Morumbi. Se o retrospecto ajudar, a vaga é alvinegra.
em casa. Com o técnico Dorival Júnior, porém, os números impressionam: 13 vitórias em 13 partidas. Desde julho, a Vila Belmiro, onde tradicionalmente os adversários se tornam "presas", ficou ainda mais forte com o treinador à frente do Alvinegro.
Globoesporte.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário