quarta-feira, 23 de julho de 2014

Presidente do Santos espera Robinho baixar pedida e não descarta reforços


Odílio Rodrigues diz que patamar salarial do ídolo é difícil de ser igualado e aguarda negociação com Orlando City. Dirigente afirma que atacante quer jogar no Alvinegro

O Santos quer Robinho e Robinho quer o Santos. É o que garante o presidente do Peixe, Odílio Rodrigues. O dirigente é cauteloso quanto às conversas para repatriar o ídolo santista – paradas, segundo ele, após contato com a representante do atacante, a advogada Marisa Alija. Apesar de não considerar a contratação “impossível”, o mandatário está pessimista, por conta do alto salário do jogador.

– Vejo (a negociação) com dificuldades. Não é má vontade de ninguém. Ele (Robinho) quer e o Santos também, mas seu patamar salarial é difícil de ser atingido. Não é a realidade do futebol brasileiro. Se ele tem esse salário, é por merecimento, mas é difícil igualar o que ele atingiu. Do ponto de vista prático, há essa dificuldade – explicou Odílio.

Robinho, a princípio, deve ser vendido ao Orlando City. Como o clube dos Estados Unidos só vai estrear na Major League Soccer (MLS) em 2015, ele poderia ser emprestado a um time brasileiro até o fim do ano, como ocorreu com o meia Kaká, cedido ao São Paulo. O presidente do Orlando, o brasileiro Flavio Augusto, disse que o Santos é a preferência do atleta. O Peixe está à espera.

Odílio não detalha os valores por “respeito” a Robinho, mas no último domingo, o diário As, da Espanha, afirmou que o ídolo exigiu R$ 1 milhão mensais, livres, mais R$ 400 mil de comissão a seu pai e empresário, Gilvan de Souza. Uma fonte do GloboEsporte.com ligada ao Comitê de Gestão revelou os mesmos números, enquanto outra disse que a pedida é um pouco menor (R$ 800 mil por mês), mas ainda assim considerada elevada. A advogada do astro negou os valores.

Robinho não é o único alvo do Santos no mercado. Após as contratações do lateral-direito Victor Ferraz e do volante Souza, o Peixe ainda tenta reforçar mais o elenco. O presidente santista, no entanto, evita garantir nomes “de peso”.


– Procuramos alguns e desistimos porque os valores eram muito além do que o Santos entende que pode pagar. O que é (reforço) “top” para o Santos? É o jogador que nossa comissão técnica e o departamento de futebol aprovarem para determinada posição. Vamos trazer reforços à medida que a gente precisar e puder, desde que nosso orçamento possa contemplar – afirmou.

Confira, abaixo, a entrevista de Odílio:

GloboEsporte.com: O Santos sondou, mais uma vez, o atacante Robinho. Quais as chances de o ídolo voltar à Vila Belmiro?

Odílio Rodrigues: O Robinho vem para Santos em todas as férias, é um homem público, vai ao CT (Rei Pelé), vem à Vila, tem um vínculo forte. É um ídolo. Todos nós que somos torcedores gostaríamos de ver o Robinho aqui. Houve o contato (com a advogada), realmente. Mas eu vejo (a negociação) com dificuldades. Não é má vontade de ninguém. Ele (Robinho) quer e o Santos também, mas o patamar salarial é difícil de ser atingido. Não é a realidade do futebol brasileiro. Se ele tem esse salário, é por merecimento, mas é difícil igualar o que ele atingiu. Do ponto de vista prático, há essa dificuldade.

A troca de farpas entre Robinho e o ex-presidente Luis Alvaro atrapalha?

Nunca tive problemas com Robinho. Pelo contrário. A admiração do Santos pelo Robinho é permanente. A torcida gosta dele, é nosso ídolo. Da nossa parte, nunca houve dificuldade. A imagem do Robinho sempre é muito positiva.

O Orlando City, dos Estados Unidos, está tentando contratar o Robinho, e pode emprestá-lo a um clube brasileiro até o fim do ano. O Santos já conversou com o Orlando?

Ele (Robinho) não fechou com o Orlando. Se amanhã o depois ele fechar com Orlando nos moldes do Kaká, aí podemos conversar. Não temos esse contato. Com o Milan também não. Sabemos, pelos contatos que tivemos, que o vínculo dele hoje é só com o Milan. Antes de conversar com o Milan, teríamos que chegar a um lugar comum com o Robinho. A diferença (de valores) não permite que a gente avance no negócio.

Que valores são esses?

Vi vários valores nos jornais, que o Robinho teria pedido, o Santos teria oferecido... O Santos não fala em valores. Temos um respeito muito grande pela imagem do Robinho, e ninguém está autorizado a falar em qualquer valor, não vazamos isso. A gente entende que Robinho atingiu um patamar de ganho que, para o Santos, é difícil (igualar).

O Santos já conversou com empresas que pudessem viabilizar o pagamento dos salários?

Se a gente estivesse muito próximo de fechar, possivelmente estudaríamos a possibilidade de usar a imagem dele, que é significativa. Mas como nós não avançamos nas negociações, não falamos com empresas. Acho uma contratação difícil. Não digo que é impossível. É o nosso desejo de Santos, o do Robinho e da torcida, mas, do atual ponto de vista, é difícil.

Além do Robinho, que outros reforços o Santos busca?

Temos, no planejamento do futebol, o tipo de reforço que queremos, mas o que vamos trazer é o que couber nas possibilidades do Santos. Não vamos fazer loucuras. Vamos buscar reforços e traremos o que tivermos possibilidade de trazer.

O Santos tem dificuldades financeiras que atrapalham as negociações?

Acho que a situação do Santos é igual a de todos os clubes da Série A. O que a precisamos é tomar cuidado. Fizemos um planejamento. Temos uma dispensa mensal no Santos como um todo, e parte dela é do futebol. Temos mantido o que planejamos. Procuramos não aumentar as despesas. Foi feito uma previsão orçamentária e o que fizemos está mantido mês a mês.

Que tipo de reforço o Santos busca?

Pode ser interessante trazer mais um meia, um atacante pelos lados. São exemplos. Mas dentro daquilo que o Santos planejou no orçamento.

O discurso, antes, era a busca por reforços “tops”, de peso. O Santos buscou esses atletas?

Procuramos alguns e desistimos porque os valores eram muito além do que o Santos entende que pode pagar. O que é (reforço) “top” para o Santos? É o jogador que a comissão técnica e o departamento de futebol aprovarem para determinada posição. Vamos trazer reforços à medida que precisarmos e pudermos, desde que nosso orçamento possa contemplar.

Globoesporte.com

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